segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Aquele capitulo sem número e sem titulo

O dia foi, todo ele, passado junto da avó Maria Rosa. Os médicos estavam espantados com ela: estava melhor, deixara de precisar de oxigénio e estava mais animada, com mais vontade de se mexer e ter os netos e bisneto a brincar com ela. 
Ezequiel, Ana e Enrique saíram do hospital antes de todos. O bebé estava a ficar mais inquieto e foram para casa na expectativa de o acalmar e descansarem um pouco. Estavam no quarto, Enrique acabou por adormecer deitado no tronco do pai, que o deixou ficar ali a dormir.


- A tua avó é muito especial... - comentou Ana, deitando-se ao lado de Ezequiel. 
- Ela também gosta muito de ti.
- Ezequiel...pensei numa coisa ainda à bocado. 
- No que?
- Temos de ver como é que são os próximos dias para a tua avó...se os médicos nos garantirem que ela está livre de perigo, que pode fazer a vida dela normalmente...nós podíamos levá-la connosco para Portugal, e ao teu avô. E casávamos - Ezequiel tinha Enrique deitado no seu tronco, mas virou a sua face olhando para Ana. 
Não esperava aquelas ideias de Ana...sabia que ela era capaz de as ter, mas não estava a contar que ela as dissesse.
- Casar? 
- Não estamos noivos?
- Estamos...
- Então. Eles iam connosco e daqui a dois meses, quando o campeonato acabasse casávamos. Eles estariam presentes durante todos os dias da vida do Enrique, estavam comigo e acredito que para ti também era bom.
- Sim...te-los lá iria descansar-me. 
- Então. Amanhã podíamos falar com eles. 
- Cada dia me surpreendes mais, tens noção disso? 
- Sou estou a ser eu Ezequiel. Nós íamos casar em Agosto, que diferença faz adiar as coisas e casar mais cedo se isso implicar ter todos presentes? 
- Yo te amo mi reina. 
- Y yo te amo a ti - Ana inclinou-se sobre ele, beijando-o. 

Maria Rosa conseguiu recuperar, não a 100% mas recuperou. No dia seguinte estava já em pé quando foram ter com ela, já se tinha arranjado porque os médicos lhe tinham dado alta e ela queria ir à missa das onze horas. Foi um animo para todos. Um alivio, com uma pontinha de preocupação, mas com forças para continuarem.
No fim da missa falaram com Maria Rosa, Francisco, Ayelen e Juan, Ana explicou o que tinha pensado, o que tinha idealizado para os dois meses que se seguiam. 
Maria ficou apreensiva, não queria sair do seu país. Mas queria estar com os netos e ver o pequeno Enrique crescer. Falou durante uns minutos com o marido e decidiram que iriam para Lisboa. Queriam estar com eles, queriam sentir-se perto deles. 

2 meses depois: 
Uma vida completamente diferente. Eram esses os nossos dias. As nossas horas, os nossos minutos e cada segundo era aproveitado ao máximo. Eu e o Ezequiel aprendemos a ser pais, com os melhores professores que poderíamos pedir: os meus pais, os pais dele e os seus avós. Cada um deles, à sua maneira, ensinavam-nos qualquer coisa nova todos os dias. Por muito pequena que fosse, era sempre maravilhosa. 
De há um mês para cá, a confusão tem sido a palavra que mais se usa. Preparativos para o casamento. O Ezequiel andou com os últimos jogos do Benfica, com os últimos minutos para dar ao nosso clube, e tudo o que está relacionado com o casamento tem sido decidido a dois, ou a três, quatro ou cinco. 
Quando o Ezequiel não podia estar presente para ajudar, estava sempre a minha mãe, a mãe dele ou a avó Maria. "Adoptei-a" como minha avó também. Tem sido tão boa para mim que me sinto extremamente feliz por a ter a viver connosco. 
E o meu filho? É a coisa mais linda deste mundo e de todas as galáxias. É capaz de melhorar cada dia menos bom, põe um sorriso nos lábios do pai quando eu não o sei, ou não consigo, fazer. É a nossa fonte de felicidade eterna. É o nosso bebé, aquele que sempre pedi e que sempre desejei ter. 
Sinceramente, este casamento não estava a ser preparado como eu imaginei que um dia fosse preparar o meu casamento. Não quis despedida de solteira...já não o sou à imenso tempo. Decidi passar a noite com os dois homens da minha vida. Enrique no meio da cama, eu e o Ezequiel ao lado dele. Só assim fez sentido...queria-os só para mim já que o dia de amanhã...é daqueles dias em que temos as atenções todas em nós e que acabamos por nos perder no meio de tantas pessoas. 

Oito de Junho
Acordei com a sensação de cama vazia. Odeio quando ele me faz isto! Odeio! Ao abrir os olhos confirmei as minhas suspeitas, nem Enrique nem Ezequiel. Apenas uma rosa vermelha, uma chucha e um bilhete. 

Fugi com o nosso bebé para outra divisão da casa. A tua mãe vem ter contigo aqui para te ajudar. Antes de começar a cerimónia vou buscar a tua parte espanhola ao aeroporto. Não te preocupes...eu não fujo. Cada vez mais perto de ser eternamente teu...te amo my novia.

Peguei na chucha e na rosa ficando ali deitada...estava com preguiça, num dia como o de hoje!? Estava perdida a olhar para as fotos que preenchiam a minha mesa de cabeceira, quando batem, suavemente, à porta. 
- Quem é?
- Sou eu filha. 
- Entra - a porta abriu-se e a minha mãe entrou. Atrás dela vinha: a Floréncia, a avó do Ezequiel, o cabeleireiro, a Inês e a Mariana (que iriam ser as minhas damas de honor e quem iria tratar da maquilhagem e unhas). Vinha também a Tamara com a sua barriga cada vez maior. Faltavam seis semanas para a menina dela nascer. 
- Buenos dias! - ultimamente anda tudo a falar em espanhol. É lindo...à anos irritava-me hoje é a língua que mais amo no mundo. A Flor deitou-se a meu lado, enchendo-me de beijos na bochecha. 
- Vamos a levantar dorminhoca! - disse ela. 
- Para que a pressa? 
- Temos um longo dia pela frente e tens de te preparar que daqui a pouco começam a chegar os convidados. 
- O Ezequiel?
- Já foi para o aeroporto - respondeu a minha mãe.
- O Enrique?
- Está com os avós lá em baixo. Podes, agora, levantar-te e ir tomar um duche?
- Posso - acabei por me levantar e, antes de ir para a casa de banho, dei dois beijos a todos os que estavam ali, a invadir o meu quarto. 
Depois de um banho bem perfumado, vesti um vestido leve e voltei ao quarto onde já só estava a minha mãe. 
- Vá, calça-te que vamos embora.
- Hã?
- Sim, o Ezequiel vem para aqui arranjar-se e tu vais para nossa casa. 
- Mas mãe...eu e o Ezequiel íamos prepararmos-nos juntos...
- Essas modernices não são para nós. Vamos! Toca a andar! 
- Nem no dia do meu casamento sou eu a decidir as coisas? 
- Não! 
- Vale! - saímos as duas do quarto indo até ao andar debaixo onde estava a Ayelen e o Juan, com o me bebé - buenos dias! - fui ter com eles, dando dois beijinhos a cada um e peguei no Enrique. 
- Despacha-te que o Ezequiel está quase a voltar - avisou a Ayelen.
- Mas vocês também...?
- Sim. Agora: queres que o Enrique vá contigo? Ou fica aqui e vai connosco para a cerimónia? 
- Ele fica com vocês. As coisinhas dele estão aqui e lá em casa vai estar uma confusão maior. Não se importam?
- Claro que não! - a Ayelen veio ter comigo, dando-me um beijo na bochecha - fica descansada que o Enrique fica em boas mãos.
- Eu sei disso.
- Então, toca a ir embora! 
Dei mais um beijo ao meu filho entregando-o à avó. Sai com a minha mãe, entrámos no carro do meu pai e fomos até à casa deles. 
Quando lá chegámos estava mesmo uma confusão...aquela que eu queria evitar arranjando-me ao mesmo tempo que o Ezequiel.
Eram vestidos pendurados por todos os lados, maquilhagem, fotografo...tudo naquela casa. Começámos a vestir-nos (eu e as damas de honor que quiseram ir de igual) e depois passámos à maquilhagem. 





Ezequiel:
Sai de casa deixando o Enrique ao cuidado dos avós. Tinha de ir ao aeroporto buscar o Sergio, os pais dele e os irmãos. Vinha também o Gonzalo e a mulher e o Callejón, o namorado da Tamara, que só conseguia chegar hoje. Óbvio que um carro não deu para todos, pelo que fui numa limusina que tínhamos alugado. 
Felizmente, não haviam paparazzi's no aeroporto em massa. Foi tranquila a chegada deles e assim que entraram todos na limusina, fizemos caminho até casa.
- Nervoso? - perguntou o Sergio.
- Não...e tu?
- Porque é que haveria eu de estar nervoso?
- Porque...ainda não sabes?
- Não sei o que?
- Do que a Ana quer.
- Em relação ao casamento?
- Sim, em relação a quem a vai levar ao altar.
- Não é o pai dela?
- E tu. 
- Hã?
- Sim...ela quer que tu e o pai dela a levem ao altar. 
- Pensei que a Ana já te tivesse dito, por isso não te disse nada - afirmou a Paqui. 
- Mas...ela a mim não me disse nada. 
- Vocês vão ficar em casa dos pais dela e lá podes falar com ela. 
- Essa miúda...
- Ficaste nervoso, Serginho? - inquiriu o Gonzalo. 
- Fiquei! 
A gargalhada foi geral e depressa chegamos a casa dos pais da Ana. Os Ramos Garcia saíram da limusina e eu, o Gonzalo e a mulher dele continuámos caminho até casa. 
A cerimónia iria ser no jardim de nossa casa. O copo de água era numa quinta perto que tínhamos encontrado e que achámos que era perfeita para nós. 
Quando cheguei a casa, já a confusão estava instalada. A minha mãe já andava a ajudar a organizar o jardim, o meu pai a tratar da electricidade e os meus irmãos a tomarem conta do Enrique. Antes que começassem a reclamar comigo, fui arranjar-me, voltando para o andar debaixo para começar a receber os primeiros convidados, maioritariamente colegas de equipa do Benfica. 

















Ana: 
Estava já pronta e todas as pessoas junto a mim arranjadas também quando tocam à campainha. A minha mãe foi lá e era a minha parte espanhola. Os meus tios e os meus primos. Cumprimentei todos, o Sergio ficou para último...tinha feito de propósito porque ele vinha com uma cara que me meteu medo!
- Pequeña... - ele abraçou-me, dando-me um beijo no pescoço - estás muito bonita.
- Obrigada Sergio...tu também. 
- O Ezequiel contou-me uma coisa...
- Era suposto só saberes na altura que era para não fugires. 
- É uma honra acompanhar-te na ida até ao altar. 
- Serio?
- Claro!
- Gracias Sergio - voltei a abraçá-lo...era importante para mim que ele me acompanhasse.

Com um ambiente romântico e familiar em ambas as casas a hora tinha chegado. Já os convidados estavam todos no jardim a ocupar os seus lugares. Ezequiel ocupava o seu também. Na primeira fila via a sua família. A sua mãe. O seu pai. Os seus irmãos. Os seus avós.Uns tios. E os seus irmãos de coração, aqueles que lidam com ele dia após dia, jogadores do Benfica, Higuain estava a seu lado (era o seu padrinho juntamente com a sua mulher). E...o pequeno ser que lhe faz sorrir só pela sua presença, o filho deles. O filho que os uniu mais que nunca e que lhes dá um outro animo e alegria a todos os dias. Não poderia estar mais feliz.
Do lado da Ana ainda estavam as primeiras filas por ocupar. Faltavam os pais dela, os tios, os primos, as amigas, mas já estavam as mulheres dos jogadores do Benfica. Ela tinham ficado do lado de Ana. O grupinho estava todo reunido. Só faltava a chegada dela.
Como é hábito a noiva chega atrasada. Ana não queria, mas acabou por acontecer. Quando chegaram à sala de casa, os últimos retoques no cabelo e na maquilhagem prenderam-na ali por uns minutos. Os seus pais, os seus tios e os primos foram até ao jardim ocupando a primeira fila.
Ana ficou na sala com Sergio, Roberto, Tamara, Ines, Mariana, Magali e Romanella. As meninas seriam as suas damas de honor. Tamara ocupava o lugar de madrinha e Sergio de padrinho.
Quando tudo estava preparado começaram a ir até ao jardim. As meninas primeiro e só depois Ana com Sergio de um lado e Roberto do outro. Ela tentava não se emocionar logo no primeiro instante, mas ao ver Ezequiel à sua espera, uma lágrima teimosa caiu-lhe pela face. Ela não queria ser a típica noiva que chora, porque ela estava feliz. Mais do que nunca.
Tanto Sergio como Roberto entregaram a mão de Ana a Ezequiel, que a beijou.
- Estás linda, mi amor.
- Tu também... - Ana olhava para ele e só desejava que depressa chegasse o momento em que são declarados marido e mulher.
A senhora do conservatório deu inicio à cerimónia. Eles tinha escrito os seus votos, não queriam que fossem iguais aos de todos os casais. Queriam que fossem únicos porque tinham sido eles a escreve-los. Ana foi a primeira:
- Estamos juntos à dois anos. Estivemos um ano separados e nessa altura pensei que nunca mais iria olhar para ti como meu. Sempre tive a esperança e isso, talvez, manteve o meu amor por ti intacto. Odiava-te, mas amava-te por seres a pessoa que mais me entendeu num curto espaço de tempo. Fazes-me a mulher mais feliz do mundo, estamos a construir o nosso reino cada vez melhor, temos o nosso príncipe que é a mais alegria dos nossos dias. Ezequiel - Ana pegou na aliança de Ezequiel - recebe esta aliança, não como prova do meu amor por ti, mas como prova de que estaremos para sempre juntos. Seja no bom ou no mau, já demos mais provas do que as precisas para ver que vamos ser nós e os nossos - Ana colocou a aliança em Ezequiel, beijando-a de seguida - te amo mi rey. 
Ezequiel ficou emocionado, mas tomou a palavra:
- Nunca pensei que a minha ida para Madrid fosse alterar completamente a minha vida. Cresci em termos profissionais, mas ganhei a melhor coisa que a vida me poderia ter dado. "O teu espanhol irrita-me profundamente"...disseste-me isto depois de chegarmos a casa depois da nossa primeira noite em Madrid. Lembro-me todos os dias disto...afinal o espanhol não te irrita assim tanto - todos os presentes se riram, mas Ezequiel não perdeu o raciocínio - sonhei com este dia imensas vezes, mas nunca o imaginei assim. Temos um filho, sempre pensei que iríamos casar primeiro e ter um filho depois. Mas ele veio mais cedo e é igualizinho a ti. Pode ser a minha cara chapada, mas por dentro é só igual a ti. Vocês os dois são quem me fazem sorrir, quem me dá força quando eu estou em baixo...são o melhor do meu mundo - Ezequiel pegou na aliança de Ana - aceita esta aliança porque todos têm de saber que tu és minha e não andas por aí à solta para qualquer um! - Ana ficou surpreendida com o que Ezequiel acabara de dizer - tu és minha e esta aliança faz de ti Ana González - ele colocou a aliança no dedo de Ana, beijando-a - te amo mi reyna. 
Mais um momento dirigido pela senhora do conservatório. O momento que eles ansiavam chegou:
- Declaro-vos marido e mulher. Pode beijar a noiva - Ezequiel sorriu ao ouvir aquelas palavras e apenas beijou a sua mulher.





Depois de terminada a cerimónia, todos se dirigiram para a quinta onde seria o copo de água. Os convidados foram até ao local onde iria decorrer o almoço. Tinha sido tudo planeado por Ana e Ezequiel, ao jeito deles. 



Ana e Ezequiel foram para as fotografias. Queriam um momento só deles, apesar de terem o fotografo presente. As palavras entre eles eram poucas. "Amo-te", "te amo", "és o homem da minha vida" e "és a mulher da minha vida" era só o que se ouvia. 










Todo o dia foi uma animação, com muito amor à mistura. Tinham imensas fotografias daquele dia, Ana e Ezequiel tinham duas em particular que adoravam por terem sido tiradas sem eles darem conta disso. 



O dia terminou já de noite. Com um brinde. Em que foi anunciada a mudança. Ezequiel tomou a palavra: 
- Quero agradecer a todos os que tiveram presentes. É muito importante para nós que aqui estejam num dia tão especial para nós como o de hoje. Antes de nos despedirmos de vocês...queríamos partilhar uma novidade. 
- Pequeña estás grávida? - Sergio interrompeu Ezequiel, deixando todos com a mesma pergunta.
- Não - respondeu Ana. 
- Não, a novidade está relacionada com a nossa lua-de-mel e a nossa vida a partir de amanhã. No final do mês vou assinar contrato com o Manchester United - todos ficaram surpreendidos com aquela novidade - amanhã partimos para a nossa lua de mel em terras inglesas. Vamos começar a organizar a nossa vida lá, no nosso primeiro dia como marido e mulher. 
Apesar da especulação ninguém estava à espera daquilo. Ficaram felizes, brindaram e gargalharam até às horas que quiseram.


O casal, mais o seu filho, no dia seguinte partiu para Manchester. A vida deles iria dar uma volta de 180º, mas estariam unidos para todo o sempre. 

3 anos depois:
Ana estava na sala quando vê os seus dois homens a passar da cozinha para o quarto 


- Meninos? - ela chamou, mas só Ezequiel voltou. 
- O Enrique está com pressa, diz que tem de arrumar os brinquedos para levar - estavam de férias de Natal e iriam para Madrid. Os pais de Ezequiel e Ana estavam lá a morar. O irmão dele tinha começado a jogar nos escalões da formação do Real e a vida deles eram feita em Madrid. 
- Há uma coisa que eu preciso que saibas. 
- Que se passa? - Ezequiel sentou-se ao lado de Ana.
- Mas também queria o menino aqui...
- Enrique Garay? - Ezequiel chamou pelo filho que segundos depois apareceu na sala. 
- Que fiz eu? - perguntou o pequeno. 
- Nada bebé, anda cá à mãe - Ana chamou-o, pegando nele e sentou-o nas suas pernas - eu é que tenho uma coisa para perguntar a ti e ao pai. 
- Pegunta. 
- O que é que achas...se tiveres uma mana?
- Ela vai bincar com os meus binquedos?
- Se tu deixares...
- Ela vem quando?
- Daqui a 7 meses... - Ana olhou para Ezequiel. Ele estava espantado, surpreendido, feliz...aquela cara dele era exactamente a mesma que tinha quando falou a primeira vez com Enrique na barriga de Ana. 
- Isso ainda demora! - Enrique saltou do colo de Ana para o chão - Onde é que ela tá?
- Na barriga da mãe - respondeu-lhe Ezequiel. 
- E como é que ela foi pa lá? Eu também quero! A mãe é minha! - o menino ficou confuso e começou a mexer na barriga de Ana. 
- Enrique...a mãe é dos dois - começou Ana - e a mana ainda é muito pequenina. Ela veio cá para dentro porque a mãe e o pai quiseram muito. Como quisemos muito que tu também cá estivesses. 
- Eu também tive aí?
- Sim. Há muito tempo. Foste o primeiro a estar lá dentro. 
- Sou o peferido?
- São os dois, mas tu és o mais velho. Vais ter de tomar conta da mana. 
- Não. O pai toma - Enrique saiu da sala, deixando Ezequiel boquiaberto. 
- Pronto. Já sabes, tens de ser tu a tomar conta da tua filha. 
- Porque é que não me disseste nada?
- Olha...andei a digerir tudo...e estava com medo da reacção dele. 
- Agora vamos ser quatro...
- Quatro... - Ezequiel beijou Ana e os dois ficaram ali na sala enquanto Enrique arrumava os seus brinquedos na mala. 

Horas depois: 
A caminho do aeroporto Ana partilhou uma fotografia no seu twitter: 

A caminho de Madrid, vamos ter com os avós e contar-lhes da mana. #SomosQuatro
Quando se pensa que a vida não pode melhorar mais, é quando surge algo que a faz ficar mais brilhante. 
Ana e Ezequiel tiveram isso. Sempre. Quando pensavam que iam ficar um sem o outro, eis que um ano depois se voltaram a unir. Quando pensaram que estavam a viver uma fase de afastamento, eis que um bebé surge. Quando casaram nunca pensaram que três anos depois estariam a ter uma vida tranquila em Manchester e agora com uma menina a caminho. 
Eles não sabem o futuro, nem o querem saber. Só querem ser felizes enquanto o amor deles for igualzinho ao do primeiro dia em que se viram.
Porque o amor deles é eterno, assim como as suas almas. Não é um: viveram felizes para sempre. É um: viverão felizes enquanto a alma deles estiver unida. E as almas, depois do corpo morto, continuam vivas. Nem que seja para aqueles que os amam, enquanto pais, enquanto filhos, irmão, primos, amigos. 
A vida deles...voltou a começar. E tem tudo para continuar a superar qualquer felicidade. 



FIM

Olá!
Bom, talvez não estivessem à espera disto...a verdade é que andava a ficar sem ideias e com cada vez menos tempo e ideias para as outras fics mais recentes. Decidi terminar esta. Por agora...pode ser que surja algo mais tarde. Espero as vossas opiniões.
Quero agradecer-vos por todo o carinho ao longo deste ano, destes 50+1 capitulos.
Muitos beijinhos.
Vamos falando por aí.