sexta-feira, 13 de setembro de 2013

47º Capitulo: "Ainda não sei se sei ser pai, estou a descobrir tudo mas devagar."

Ezequiel: 

Passámos a noite tranquilos. O Enrique era super calminho, acordou eram sete da manhã para comer mas durante toda a noite não acordou ninguém. E ainda bem porque a Ana precisava mesmo de descansar do parto, ela estava toda dorida e uma noite tranquila sem ter de acordar hora a hora por causa do menino era o melhor. 
Acordamos cedo, já estávamos habituados a tal, mas agora tínhamos um despertador que é a coisa mais perfeita que existe na terra. O nosso minimeu. O nosso príncipe que veio para o nosso mundo. O nosso filho. Aquele ser que desejamos conhecer nove meses e quando nascem são capazes de nos surpreender só porque são maravilhosos nos seus pequenos gestos. 
Contra a minha vontade interior tive de sair de ao pé deles por uns tempos, tive de ir buscar os meus pais e irmãos ao aeroporto. Chegaram era nove da manhã e trouxe-os de imediato para o hospital para verem a Ana e o Enrique. Antes que entrássemos todos no quarto onde eles estavam, entrei eu primeiro para ver se a Ana estava em condições de os receber. Ela poderia estar a dar de mamar e entrar ali com todos ela iria ficar incomodada. A Ana estava de pé a embalar o Enrique.
- Que é que já andas a fazer em pé? - perguntei-lhe aproximando-me dela, beijando a testa do Enrique. 
- Ele não adormecia, pedi ajuda à enfermeira que me ajudasse a levantar e ele adormeceu à pouquinho. Os teus pais?
- Estão lá fora, vim ver se estavas em condições para eles entrarem. 
- Ele mamou quando acordámos e ainda à bocado, tão depressa não deve querer. Vai lá chamar os teus pais e os miúdos. 
- Tá bom - virei-me, pronto para ir na direcção da porta. 
- Ezequiel?
- Diz princesa.
- Dá-me um beijo como deve ser.
- Queres um beijo, como deve ser? - aproximei-me dela, de novo, rodeando-a com os meu braços mesmo tendo o Enrique no nosso meio. 
- Sinto-me estranha e os teus beijos ajudam a mudar isso.
- Estranha...como assim?
- Não sei...gorda, inchada...parece que eram gémeos e o outro ficou lá dentro. 
- Princesa, é normal. Foste mãe ontem, não é como nas novelas que desaparece tudo no dia a seguir. 
- Eu sei... - ela estava um bocadinho em baixo. Deverá ser normal, ela sempre teve um corpo...perfeito. Curvas que me deixavam louco. Mas hoje está diferente, o que é normal. Tem o corpo da mãe do meu filho que acabou de nascer. 
- Princesa... - coloquei as minhas mãos na sua cara, fazendo-a olhar directamente nos meus olhos - vais recuperar o teu corpo depressa. Neste momento sentes-te diferente porque o estás, mas estás linda. És a pós-grávida mais linda que já vi. Esse teu brilho é diferente e eu acho...que dizer, tenho a certeza, que me apaixonei ontem por uma mulher diferente. Pela mãe do meu filho, aquela mulher que me faz sonhar tanto com o futuro, a mulher que será minha mulher, terá Garay no seu nome.
- Eu posso já ter tido o menino, mas olha que as hormonas ainda não foram ao sitio - ela ainda estava sensível...chorava, mas o que falei é do coração. 
- Gosto tanto quando ficas assim a chorar por estares feliz. 
- És tão especial Ezequiel...o que é que eu fiz para que um dia aparecesses na minha vida? 
- Não sei, mas foi bom que isso acontecesse. Dás-me o que eu nunca pensei receber de uma mulher. Dás-me o teu amor todos os dias, a tua amizade, o teu conforto, palavras boas num dia mau, deste-me um filho e o melhor sexo que tive em toda a minha vida - ambos nos rimos, mas ela sabia que era verdade. 
- Vais ter de ficar a brincar sozinho durante algum tempo...
- Não estás aleijada das mãos que eu saiba! 
- Ezequiel, olha o menino! 
- Ele não percebe...
- Diz que não percebe...depois se for um tarado sexual eu quero ver. 
- Quando tempo é que é de paragem?
- Um mês...
- Isso é para eu ter um ataque cardíaco, mas diz lá a verdade.
- É um mês Ezequiel. 
- Vou contratar uma substituta! - ela olhou-me com alguma rejeição - Sabes bem que nunca ninguém te vai substituir. 
- Acho bem! E...se nos portarmos bem pode ser que a coisa se dê antes. 
- Isso é que era de valor...
- É melhor ires chamar os teus pais - ela riu-se, mudando a conversa. A verdade é que já me tinha esquecido que os meus pais e os miúdos estavam lá fora.
- E ainda queres o teu beijo como deve ser?
- Claro que quero - um beijo como deve ser...demorado, longo e que acabam sempre na cama...mas aqui, teve de ser parado antes que alguma coisa se partisse. 
Fui abrir a porta, enquanto a Ana colocou o Enrique no berço. Quem também já se tinha juntado aos meus familiares era a Tamara, que estava com o saco que a Ana tinha em casa que era para levar para a Maternidade. Nunca fizemos o saco...quem o fez foi a Tamara, nesta manhã. 
- Entrem - avisei todos, que entraram. 
A Tamara ficou para último, ela já tinha estado com o Enrique pelo que deixou os meus pais entrarem primeiro no quarto com os meus irmãos. Fiquei com ela um pouco mais afastados a olhar para eles. 
Os meus irmãos nem cumprimentaram a Ana, foram logo ver o sobrinho. Já a minha mãe ficou a conversar com a Ana largos minutos. O meu pai...é sempre o mais calado. Falou com a Ana, mas quando a minha mãe foi ver o Enrique ele também foi e os dois choraram. 
- Como é que é ser pai? - perguntou-me a Tamara, afastando-me daquele cenário. 
- Ainda nem sei...o Enrique é perfeito. Ainda não sei se sei ser pai, estou a descobrir tudo mas devagar. Ele está a dar-nos tempo para nos apercebermos que ele chegou. 
- E tu todo babado.
- Sabes bem que eu sempre quis ser pai - hoje não me era estranho falar com a Tamara, era fácil ela tinha-se tornado uma irmã para nós.
- Sei sim. E arranjas-te a melhor mãe para os teus filhos. A Ana olha para o Enrique de uma maneira que nunca tinha visto. Os olhos dela parece que ficam presos no filho, mas ao mesmo tempo têm aquela preocupação e aquele brilho. 
- Vais ficar igual quando a tua princesa nascer. 
- Ainda vais ver o Enrique a namorar com a Rosa - Rosa era o nome que ela e o José tinham escolhido para a menina. 
- Eles são quase primos, Tamara. 
- Mas de sangue não. Por isso podem muito bem namorar. E o Enrique vai ser lindo com os pais que tem, e a minha menina também tem os bons genes dos pais a seu favor - ela tinha razão. E não se contrariam mulheres grávidas!

Horas depois: 
Depois da visita dos meus pais e da Tamara da parte da manhã, chegou a hora de almoço. Não iríamos receber ninguém. Só depois, a família da Ana. Agora era hora de nós almoçarmos e de o menino também mamar.
A Ana já tinha almoçado, eu estou a almoçar e o Enrique a mamar. Via perfeitamente que a Ana estava cheia de dores. 
- Dói muito? - perguntei. 
- Um bocadinho...é tão indescritível o que se sente. Ele já sabe o que tem de fazer, mas ainda me dói quase tudo...
- Mas em relação a ontem estás melhor, não?
- Sim...tenho uma impressão na barriga mas já não são aquelas dores. Dói-me as mamas quando ele está a mamar e um bocadinho depois. E custa-me estar assim sentada. 
- Depois deitas-te. Se calhar não devias era ter andado aí de um lado para o outro. 
- Não, fez-me bem mexer as pernas. Mas sim, depois deito-me. Os meus pais devem estar a chegar. 
- Já disseram alguma coisa? 
- Sim, o avião atrasou-se na descolagem mas que já chegaram a Lisboa. Foram a casa deixar o Lucky e as malas. 
- Eles vão ficar?
- Sim, querem acompanhar os primeiros dias do Enrique. 
- Vamos ter os avós lá em casa todos os dias estou a ver. São os meus pais e os teus a quererem ajudar...vai ser lindo. 
- A tua mãe com a minha...imagina.
- Ainda nos vamos rir à pala disso. 
- Podes crer... - a Ana deixou de dar de mamar ao Enrique - ajudas-me a levantar? 
- Claro - fui ter com ela, agarrei-a pelo braço, dando apoio nas costas para que ela se levantasse. 
Ela começou a caminhar devagarinho e eu terminei o meu almoço. 
- Só espero que quando chegarmos a casa o Enrique seja assim. Ainda agora acabou de comer já está a dormir. 
- Estamos com uma sorte...
- É esperar que continue até chegarmos a casa. 
- Podes crer - ela deixou o menino no berço e começou a caminhar na minha direcção, já que eu estava junto da cama - chega cá - "puxei-a" devagarinho para mim, abraçando-a. 
- Isso já é tudo falta de alguma coisa? 
- Agora não posso dar um abraço à minha miúda? 
- Ezequiel...eu deixei de ser a tua miúda... - ela olhou para mim a rir-se. 
- Tens razão...és a minha noiva - era assim que ela gostava que eu a chamasse agora...de noiva. Beijámos nos...e "descontrolei-me" um bocado. Os beijos começaram a ser intensos e espalhados pelo pescoço dela. Ela também os queria e também me mordia o pescoço...o que me deixou ainda com mais vontades. 
- Ezequiel...é melhor parares...
- Ana...eu não vou aguentar! - ela riu-se descaradamente do meu desespero. 
- Fofinho - ela parou as minhas mãos, que também já andavam por toda a parte, na sua cintura e colocou as suas mãos na minha cara - a minha mãe e o meu pai estão aí a chegar, controla lá o brinquedo senão logo à noite não te dou uma mãozinha. 
- Dás-me uma mãozinha logo à noite? 
- Se tu e o teu filho se portarem bem...penso com muito carinho e amor na tua necessidade. 
- Está bem... - ela deu-me um beijo curtinho nos lábios e eu ajudei-a a deitar-se.

Ana: 
O "sofrimento" do Ezequiel só me dava vontade de rir...acho que ainda não me tinha apercebido de que ele era viciado em sexo. Está certo que a nossa vida debaixo dos lençóis, e não só, é bastante boa e recomenda-se, mas daí a ser um viciado...a verdade é que devemos ser os dois...
Ficamos ainda um tempo a conversar por causa da minha alta, até que chegam os meus pais...sei que as atenções estão viradas para o Enrique...mas nem sequer me deram dois beijinhos. Foram direitinhos ao berço do menino e só depois é que se lembraram de me cumprimentar e ao Ezequiel também. 
- Como é que te sentes filha? - perguntou a minha mãe. 
- Ainda dorida e cansada, mas estou mais feliz do que isso tudo. 
- Temos uma surpresa para ti... - disse o meu pai. 
- Uma surpresa? - olhei para eles que se riam e o Ezequiel também olhou para eles, mas cúmplice - tu sabes de alguma coisa Ezequiel Garay?
- Sei...mas tu já vais saber também. 
- Vou lá fora buscar - a minha mãe saiu do quarto e passado pouco tempo voltou a entrar. 
Em toda a minha vida sempre desejei por este momento...o de ser mãe e quando a ele se juntam pessoas que nos dizem tanto, é como se se tornasse tudo muito melhor.  

4 comentários:

  1. Olá!
    Isto está lindddoo!!
    Estes primeiros dias de recém papás e em que estão a descobrir tudo são maravilhosos!Mas estão a portar-se muito bem!
    É tão bom ver a Tamara no meu desta história, como uma irmã para eles!
    E ainda bem que o Enrique se tem portado bem e dado descanso à Ana!
    Agora o Ezequiel e as suas necessidades: coitado! Mas cheira-me que ainda vão matar essas necessidades. Estou para ver a noite destes dois!!
    E esta surpresa?? Fiquei curiosa! Quero saber o que é!
    Próxxxiimmmoo!!
    Besos!

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  2. Olá!!!
    Dividindo isto por duas partes (ultimamente ando muito organizada -.-'):
    - Pais babados e fofinhos: eles sao uns papás tão fofinhos. Vá, o Enrique tem ajudado! Um puto daqueles até me dava vontade de ter um ja xD
    - Pais tarados/necessitados: epá ao fim de 47 capitulos descobre-se que estes dois (especialmente o Ezequiel) sao viciados em sexo! E o Ezequiel...ai ai ai estas tramado! E eu a imaginar a Ana a dar-lhe uma maozinha... Imaginei de mais xD
    Quero o proximo!!!!

    Beso
    Ana Santos

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  3. Olá!
    Amei...está lindo.
    Nota-se q o Enrique veio reforçar ainda mais a relação dos pais. É tão bom ver os pais deliciados com o filho *.*
    O Ezequiel é tarado por sexo lol e cheira-me q a Ana tb o é ;)...n dou muito tempo para terem outro filho :P
    Estou curiosa pela surpresa :)
    Próximo rápido sff :*

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  4. Olá :)
    Venho aqui avisar que te marquei num selo no meu blogue espero que possas responder :)
    Beijinhos,
    Tatiana Chagas

    Post : http://eavidinhadela.blogspot.pt/2013/08/versatile.html

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