segunda-feira, 30 de setembro de 2013

48º Capitulo: "Como é que dois feios fizeram uma coisa tão linda?"

Maior felicidade que a minha? Duvido que haja. Estou num estado de felicidade que nada, nem ninguém o poderá destruir. Sou completamente independente financeiramente dos meus pais, graças ao trabalho com o salão. Tenho tido imensa sorte, fez-me crescer, fez-me seguir horários mas gostar de os seguir porque estou a fazer o trabalho que gosto. 
A nível pessoal não poderia ser melhor. Os meus pais a viverem juntos, de novo, em Madrid, o Sergio recuperou a 100% do problema que teve, passou a ser descomprometido...mas se é para a felicidade dele estamos bem com isso. Estou noiva. Do melhor homem que existe à face da terra.
Ezequiel Marcelo Garay González. O meu rei, a minha metade, o meu oxigénio, namorado, noivo, futuro marido...e pai do meu Enrique. "Enrique Garay", iria ser assim o nome dele mas, como eu quero usar o Garay quando casarmos, decidimos que o menino ficaria González para ter o apelido dos avós paternos. 
Tivemos a visita dos avós do lado do pai, dos tios e da tia Tamara e era esperado que, de Espanha, viessem só os meus pais...mas não foi o que aconteceu. Quando a minha mãe disse que tinha uma surpresa e que a ia buscar, quem entrou pela porta dentro não era o que eu estava à espera.
- Pequeña mamacita - com um sorriso que lhe é sempre característico aparece o Sergio, com o Gonzalo (Higuain). Não estava nada à espera que eles viessem, mas foi uma surpresa maravilhosa. 
- Que é que estão aqui a fazer? - estava mesmo muito surpreendida. Tentei levantar-me sozinha, mas só o consegui fazer com a ajuda do Ezequiel. 
- Achas mesmo que íamos esperar até termos folga para vermos o pequeño? - respondeu-me o Gonzalo. 
Eu, esperando que viessem os dois ter comigo, foram logo em direcção do berço do Enrique. Estavam os dois debruçados sobre o bebé e era notória a felicidade deles. 
- Como é que dois feios fizeram uma coisa tão linda? - perguntou o Sergio, pegando na mão do Enrique. O menino começou a chorar.
- Acho que ele não gostou que chamasse feios aos pais. Porra, ainda agora viste o puto e ele já está a chorar por tua causa - disse o Gonzalo. Meu Deus, isto com eles os dois vai ser para rir - pronto...bebé do padrinho, o teu tio é um parvalhão e só diz asneiras. A tua mamã e o teu papá são tão lindos como o sol!
- Estás a tentar remediar, mas ele sabe que não se pode olhar para o sol - atirou o Sergio, a rir-se e o Enrique deixou o choro para soltar um barulho seu - o puto tá a rir! 
- Não está não! Ele só está com gases - eles os dois estavam entretidos e o Ezequiel juntou-se a eles. 
- Vocês querem o que do meu filho? - perguntou ele. 
- Eu acho que não é teu filho... - atirou o Sergio. 
- Como se isso fosse possível. O Enrique é a cara chapada do Ezequiel. Consegue é ser mais bonito que ele. 
- Mas isso são todos os bebés - atirou a minha mãe, fazendo com que todos olhassem para ela, fazendo o Sergio rir-se que nem um perdido. 
- Tia, há bebés que parecem uns ET's quando nascem.
- Devias ser tu! O meu Enrique não é nenhum ET - disse o Ezequiel.
Eu e o meu pai apenas assistíamos àquilo tudo. Tinha-me apoiado nele, já que me sentia ainda um bocado dorida. 
- O Sergio era feio quando nasceu, por acaso - afirmou a minha mãe. 
- Tia, a minha genética é: quanto mais velho melhor. Por isso é que elas andam todas doidas atrás de mim - a gargalhada foi geral, mas o Enrique começou a chorar, de novo.
- Ele secalhar está com fome - o Gonzalo virou-se para ele mexendo-lhe na barriga, o que o acalmou.
- O puto está é com gases e vai abrir-se para ti! É a prendinha para o padrinho! - o Sergio mexeu na cabeça do Gonzalo, gozando com ele. 
- Vê lá se não é para o tio! - atirei. 
- Tu é que sabes o puto que tiveste. Achas que é para o padrinho ou para o tio? - perguntou. 
- Não sei...mas acho que ele não te acha piada nenhuma. 
- Diz que sim...ele vai achar muita piada ao tio - o Sergio debruçou-se sobre o berço, fazendo festinhas também ao Enrique - e vamos aprender umas coisas com o tio não vamos? - ele fez a pergunta ao Enrique de forma tão babada que me surpreendeu. 
- Deus queira que ele não te esteja a ouvir! - começou o Ezequiel. 
- Podes crer...para chato já bastas tu! - o Gonzalo acrescentou, mas nenhum dos dois se movimentou. 
Ficaram ali ainda uns minutos os dois a "babar" para cima do meu filho. Os meus pais foram comer qualquer coisa e eu agarrei-me ao Ezequiel.
O Enrique é novidade e para eles os dois ainda mais. Tanto o Sergio como o Gonzalo desejavam conhecer este bebé o mais depressa possível e estão a demonstrar que vão ser tio e padrinho completamente babados. 
- Seus monstros de baba! Estão aqui à quase vinte minutos e quase que não falaram a mais ninguém a não ser ao Enrique - falei, fazendo com que o Gonzalo e o Sergio olhassem para mim. 
- Ei, tanto ciúme, raio da miúda! - disse o Sergio como se não se preocupasse e apenas continuou a olhar para o Enrique. Já o Gonzalo veio ter comigo e com o Ezequiel.
- Já que sou o padrinho vou demonstrar mais carinho que o tio. Anda cá sua mãe babada - o Gonzalo abraçou-me, dando-me um beijinho na bochecha - muitos parabéns pelo menino, Ana. 
- Gracias por tudo, Gonzalo! - senti o Ezequiel a abraçar-me também e, por isso, eu fiquei no meio deles os dois. 
- Abraço de grupo! - disse o Ezequiel. 
- Falto eu, falto eu! - o Sergio, esse sim é um ciumento! Senti-me a ficar encurralada, era eu no meio deles os três...sentia-me sufocada! 
- Epá ainda agora fui mãe e já querem que eu me vá para ficarem com o meu filho? - todos gargalharam e afastaram-se. Todos...menos o Sergio que decidiu fazer a pior coisa da sua existência: pegar-me ao colo e rodar comigo. Sempre me fez isso, mas com as dores que eu tenho...não é lá grande diversão - Sergio, põem-me no chão imediatamente! - consegui implorar que ele me metesse no chão e quando o fez, foi impossível não soltar uma lágrima. 
- O que é que eu fiz? - perguntou ele meio aflito. 
- São as dores... - respondeu o Ezequiel, abraçando-me por trás. Senti o meu corpo relaxar e as dores tornarem-se um bocadinho menos intensas. 
- Oh pequeña desculpa...
- Tu não sabias, não tem mal...ajuda-me a deitar, Ezequiel. 
Lá me deitei, a muito custo, e o Sergio ficou ao meu lado. 
- Desculpa mesmo, pequenina. Eu não sabia. Pensei que estivesses bem.
- E eu estou bem, mas tenho dores do parto Sergio...as coisas não desaparecem de um dia para o outro...não te preocupes, a sério - nisto começa o Enrique a chorar.
- Ele deve querer mamar, Ana. 
- Agora? - senti-me a desesperar. Tinha de o fazer, é óbvio, mas não era mesmo boa altura. 
- Parece que sim...
- Nós vamos até lá fora - avisou o Gonzalo, saindo com o Sergio. 
O Ezequiel pegou no Enrique colocando-o no meu colo. Preparei-me para dar de mamar ao menino e, contrariamente ao que pensava, ele não me aleijou tanto como as primeiras vezes. 

Horas depois: 
Os meus pais, o Sergio e o Gonzalo passaram cá toda a tarde. Parte dela estivemos sem o Ezequiel. Ainda não tinha avisado o Benfica do que tinha acontecido e foi lá durante a tarde para os informar que hoje não ia ao treino e que amanhã só iria da parte da tarde, já que de manhã vamos para casa. 
Quando a hora da visita terminou voltámos a ficar os três sozinhos num ambiente a que eu já me acostumava. O Ezequiel super pertinho de mim sentado na cadeira com o Enrique deitadinho ao meu lado, no meio de nós.
- Esta felicidade não vai acabar pois não? - perguntou o Ezequiel, pegando na minha mão. 
- Eu espero que não...e que vá aumentando de dia para dia. 
- Temos tudo para que isso aconteça não?
- Sim...temos mesmo - ele beijou-me, levantando-se - onde vais?
- Estou com fome e trouxe umas bolachas de casa - ele foi até ao saco dele e retirou de lá o pacote das bolachas que nas ultimas semanas da gravidez eram o meu desejo: bolachas tipo americanas com pepitas de chocolate. Ele voltou a sentar-se na cadeira, abrindo o pacote - queres? 
- Não...acho que enjoei disso.
- Diz que enjoaste - ele lá comeu as bolachas dele, eu dei de mamar ao Enrique e adormeci o menino. Que só adormece quando me levanto e me ponho a andar com ele de um lado para o outro. 
Quando me voltei a deitar e olhei para o Ezequiel, o pacote das bolachas tinha desaparecido.
- Dá-me lá uma bolacha - pensando eu que ele já as tinha arrumado. 
- Queres...uma bolacha?
- Sim, dá lá. 
- Mas não tinhas enjoado?
- Ezequiel, estava a brincar. Dá lá uma. 
- Eh...as bolachas já acabaram. 
- Ezequiel? - como é que ele, em quinze minutos tinha comido um pacote de vinte bolachas? - O que é que tu acabaste de dizer?
- Já não há bolachas. Sim, comi todas e não dei por isso. 
- Os outros eram os monstros da baba e tu viraste o monstro das bolachas? 
- O que é que queres? Estava com fome e, para não comer o que quero, refugiei-me nas bolachas. 
- Ezequiel!
- Que é que foi? É a verdade! Tou aqui à quase três semanas a pão e água, as bolachas são boas e fazem-me esquecer a minha vontade. 
- Então é por isso que todos os dias o pacote das bolachas ia. E tu dizias que era eu! Fizeste-me pensar que eu é que tinha acabado as bolachas e deves ter sido tu. 
- Sim era eu, mas o que é que queres...? Tu não me dás alimento. 
- Até parece...
- Ana, há três semanas que estou encostado na garagem. 
- Fogo, Ezequiel, agora só pensas nisso?
- Tou com falta.
- Oh monstrinho das bolachas...
- Agora sou o monstro das bolachas é? 
- És, e és só meu! - ainda que deitada, puxei o Ezequiel pela camisola, beijando-o. 
- E posso dar-te uma trinca, bolachinha? 
- Agora tenho cara de bolacha?
- Não...mas se sou o teu monstro das bolachas, tu és a minha bolachinha e devias deixar-me dar-te uma trinca. 
- Eu deixo.
- E dás-me uma mãozinha? 
- Queres a minha mãozinha para que? - o Ezequiel saiu da cadeira, deitando-se a meu lado e puxou o meu corpo para ele, de tal modo a ficarmos mesmo, mesmo agarradinhos.
Sabia bem o que ele queria, estamos completamente à vontade um com o outro, sabemos os segredos um do outro muito bem e sermos um casal que fala abertamente das suas...necessidades só nos facilita quando chega a hora H. Fui mãe nem há 24 horas, mas dar uma mãozinha ao meu noivo não faz mal a ninguém, muito pelo contrário...faz dele um homem mais satisfeito e eu contente por que sou útil mesmo mais incapacitada.

4 comentários:

  1. Olá!
    Isto sim foi gargalhar! Aqueles dois... O puto nao foi com a cara do tio! É muito feio, nao é, Enrique? Uma semaninha em minha casa e ficava logo com outro ar, que achas?
    Bem estas conversas da Ana e do Ezequiel...é impossivel nao gargalhar! Esta encostado na garagem ha tres semanas? Ahahahahah gostei da analogia!
    Bem agora que tem a maozinha pode ser que pare de comer as bolachas! Vai ficar gordo se continuar assim xD
    Espero o proximo, guapa!

    Beso
    Ana Santos

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  2. Olá! :D
    Ri-me do princípio ao fim! Isto está magnífico!!
    O Sérgio e o Gonzalo estavam mesmo a babar-se para o Enrique....o quarto deve ter ficado inundado de baba xD Mas foi um momento fofinho! Aquele abraço de grupo também foi engraçado...até dá para imaginar! Aliás dá tudo para imaginar...da maneira que escreves!!
    Assim que li isto: "Estou com fome e trouxe umas bolachas de casa" vi logo que o monstro das bolachas ia atacar xD Mas também coitadinho dele está a pão e água e encostado na garagem à três semanas xD E com que então foi o Ezequiel que acabava com as bolachas durante a gravidez dela! Ele a partir de hoje será Ezequiel-O Monstro das bolachas! :D
    Olha só te digo quero muito o próximo! Com ou sem bolachas! Agora até estava a imaginar ele a querer dar bolachas dessas ao Enrique, tipo “Quando tiveres dentes e provares destas bolachas não queres outra coisa”! Não ligues aos meus disparates!
    Próxxxiiimmmmooo!

    Besos guapa!

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  3. Olá...fartei-me de rir com este capitulo :p
    O Sérgio e o Gonzalo são uns enormes malucos...a "babarem-se" para cima da criança...o quarto ficou inundado :p
    A cena entre o Sérgio e a Tia...foi de rir tb...n sabia q o Sérgio era assim tão convencido :P
    "Monstro das bolachas"...bela alcunha para o Garay :P...vejam lá se acabam com a falta de sexo do Garay...o rapaz está a desesperar ;)
    Próximo sff :*

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  4. Fantástico...

    Quero mais... Continua...

    Tou super curiosa para ver o próximo...

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