Ezequiel:
Assim que a Tamara entrou em casa perguntando à Ana se sabia o que tinha acontecido, fiquei com a sensação de que alguma coisa não estava bem. Sensação essa que só se agravou com o telefonema da tia da Ana. A Paqui, mãe do Sergio.
Depois de informar os presentes de chamada, atendi:
- Estou?
"- Ezequiel?"
- Diga Paqui.
"- Estás bem?"
- Eu estou e a senhora?
"- Já estive melhor...estás com a Ana?"
- Sim, ela está comigo. Que se passa?
"- Não queria ser eu a dizer-lhe directamente. Sei que ela está grávida e que se enerva com facilidade, por isso quero que sejas tu o meio para ela saber o que se passa."
- Como? O que é que aconteceu?
"- Foi com o Sergio..." - do outro lado da linha, comecei a ouvir a senhora a chorar.
- Paqui o que se passa?
- Ezequiel? O que é que aconteceu? - perguntou a Ana, impaciente.
- Contigo já falo. Vão arrumar as compras e não lhe digas nada do que saibas, Tamara - sabia que ela podia ficar ainda mais preocupada, mas tinha de ser eu a contar-lhe o que tivesse acontecido ao Sergio - Desculpe Paqui - dirigi-me de novo à tia da Ana - agora diga-me...o que se passa?
"- No treino desta manhã...o Sergio estava a sentir-se mal, ele tem andado mais preocupado com o fisico dele e tem treinado muito. Mas...hoje de manhã eles estavam a treinar muito bem e o Sergio desmaiou."
- Desmaiou?
"- Sim...mas é mais grave do que parece..."
Ana:
Estarem a esconder-me o que tinha acontecido com o meu primo é a pior coisa que me podem fazer. Nem a Tamara, nem a Ayelen ou o Juan me contavam. E todos eles sabiam. O Ezequiel...estava à imenso tempo a falar com a minha tia e nada de se chegar perto do mim para me dizer o que se passa.
- Porque é que ninguém me conta o que se passa?
- Tem de ser o Ezequiel a fazê-lo... - respondeu a Tamara.
- Só ele saberá falar contigo como deve ser - concluiu a Ayelen.
- Vocês nem sabem o quanto me estão a assustar. É o meu primo porra! - dei um murro na bancada da cozinha e desatei a chorar. Eles nada disseram, olharam para a porta. Fiz o mesmo e estava lá o Ezequiel - Vais dizer-me o que se passa?! - levantei-me, indo na direcção dele.
- Vem comigo... - reparei nos olhos dele. Estavam um pouco vermelhos, a voz dele tinha saído quase em sussurro.
Ele esticou a sua mão na minha direcção, eu agarrei-a e fui com ele. Levou-me até ao exterior de casa, sentando-se na relva. Fiz o mesmo, de forma bem mais lenta que a dele.
- Fala...por favor, Ezequiel - implorei. Estas incertezas, a falta de informação dá comigo em doida!
Ezequiel:
Tinha a Ana à minha frente e ainda não sabia como lhe iria dizer. Depois de ter falado com a Paqui ainda fiquei cerca de 15 minutos a pensar como falar com ela...mas mesmo assim, não sei como o fazer.
- Estou à quase quinze minutos a pensar como falar contigo.
- Como sempre falas. Diz logo de uma vez, por favor.
- Promete-me uma coisa primeiro.
- Não sei.
- Ana...promete-me...se me amas, se amas o nosso filho, promete-me que vais dizer tudo o que sentires a partir do momento em que souberes. Quer seja sentimentos ou dores físicas.
- Porque...
- Simplesmente, promete-me. Por ti, por mim e pelo Enrique.
- Está bem...eu prometo.
- Bom. Cá vai. A tua tia contou-me o que aconteceu ao Sergio.
- Sempre aconteceu qualquer coisa e não é boa...
- Aconteceu. O Sergio tem andado a apostar bastante na melhoria do corpo dele. Faz imenso exercício, tem uma alimentação controlada e anda a evitar os excessos, sempre controlado pelo nutricionista.
- Sim, eu sei disso.
- Hoje, no treino do Real...ele estava a treinar normalmente, mas mal disposto. Queixou-se ao Marcelo que estava com dores de cabeça, mas mesmo assim continuou o treino...só que...o teu primo desmaiou a meio da corrida.
- Desmaiou?
- Sim. O Marcelo, que andava ao lado dele, diz que ele não disse nada. Apenas apagou.
- Apagou, mas acordou...
- Não. O Sergio ainda não acordou.
- Como não acordou? - ela, que até então ouvia tudo calmamente, ficou rígida e uma lágrima grossa caiu-lhe pela face.
- Tentaram acordá-lo, mesmo os médicos do Real, mas não conseguiram. Levaram-no para o hospital e continuaram sem ter nenhuma resposta dele. Fizeram montes de exames com o teu primo inconsciente e acabaram por descobrir o que se passou para ele não acordar.
- O que é que ele tem?
- Ana...não há maneira fácil de te dizer isto.
- Pela tua cara sei que não...mas diz - ela agarrou-me na mão, aproximando-se de mim.
- Descobriram que o Sergio tem um aneurisma cerebral.
- Hã? - o choque na cara da Ana não podia ser mais notório. Sabia perfeitamente que perguntas lhe poderiam passar pela cabeça: como é que uma tão saudável poderia ter algo assim? Ou como é que nunca tinham descoberto antes?
- Tens de ter calma Ana...
- Como posso ter calma? É o Sergio! O meu Sergio...tem um aneurisma.
- Ana... - agarrei-lhe na face e fiz com que ela olhasse para mim - os médicos estão a operar o teu primo, o aneurisma rebentou, é certo, mas o Sergio vai sobreviver.
- Rebentou!?
- Sim...Ana, a tua tia disse que o aneurisma era pequeno, os médicos estão já em cima do acontecimento e é considerado de primeiro grau.
- O que é que isso quer dizer?
- Que as dores de cabeça que o teu primo teve devem ter sido quando o aneurisma rebentou...mas tem grandes probabilidades de sobrevivência.
- Quanto?
- 80%
- E os outros 20%?
- É o risco da cirurgia...mas, sempre me ensinas-te a ver o lado positivo. Tens de ver o positivo. Sempre o positivo, amor.
- Eu quero ir para junto deles. Quero estar com a minha tia, com o meu tio, com os meus pais...quero estar com o Sergio.
- Sei que queres princesa, já comprei os bilhetes de avião, mas só podemos ir às quatro.
- E se o Sergio...morre?
- Ana...para de pensar nisso! Ele não vai morrer. O Sergio é forte, tem uma saúde que o pode ajudar e tem montes de gente a apoiá-lo - a Ana simplesmente não se conteve e chorou no meu ombro. Agarrou-se a mim e chorou por tempo indeterminado.
Ficamos ali algum tempo, até que uma chuva imensa desabou sobre nós. Gotículas grossas, encharcando-nos. Pedi-lhe que saíssemos dali, mas ela quis ficar um pouco. Não deixei ficar tanto tempo, ela está grávida.
- Vamos lá para dentro. Ficares doente é que não - levantei-me primeiro e ajudei a Ana a levantar-se. Entramos em casa e estavam todos na sala - vai até ao quarto. Precisas de tomar um duche quente e trocar de roupa - falei baixinho para ela, que ficou a olhar para mim - eu já lá vou ter.
Ela subiu as escadas até ao quarto e eu dirigi-me à minha família.
- Como é que ela está? - perguntou o meu pai.
- Nem sei bem...quero acreditar que ir com ela para Madrid será o melhor.
- Vão para Madrid? - questionou a Tamara.
- Vamos. A Ana precisa de estar com a família neste momento e eu tenho de estar com ela. Eu espero que não se importem... - afinal, os meus pais e os meus irmãos tinham vindo para estar connosco.
- É claro que não, meu filho - a minha mãe aproximou-se de mim, passando-me a mão pela face - tens de estar com a Ana e apoiá-la muito. Vão é mantendo-nos informados.
- Claro. Vou tomar um duche quente e trocar de roupa...temos avião às quatro.
- Vai lá.
Subi as escadas e fui até ao nosso quarto. A Ana estava sentada em cima da cama, enrolada numa toalha, ainda vestida.
- Não devias ter ficado com essa roupa no corpo - aproximei-me dela, que se levantou e me abraçou.
- Obrigada.
- Do que amor?
- Por teres falado comigo daquela maneira. Provavelmente ninguém o faria.
- Só te expliquei tudo o que me explicaram e o que devias saber - ela olhou-me e trocámos um beijo, algo para o prolongado. Ela chorava, estava triste, mas aquele beijo era nosso, a prova de que, no meio de tudo isto, estávamos um para o outro.
Fomos os dois tomar um duche bem quente que demorou algum tempo. Ela precisava de relaxar...estava demasiado tensa. Vestimos uma roupa, também ela quente, e preparámos uma mala para os dois, já que não sabíamos quanto tempo iríamos ficar em Madrid.
Tou capaz de te bater! Isto é coisa que aconteça?! É bom que corra tudo bem!
ResponderEliminarE não se acabam capitulos nestas alturas!!!
O próximo muitoooooo rápido!!!!
Bjokinhas
Olá!
ResponderEliminarA sério? Um aneurisma??
Já sou a 2° pessoa capaz de te bater por teres feito uma coisa destas.
Espero bem que corra tudo bem e que o sergio fique bem.
Próximmmooo Rápiddddooo!!
Olá!...Ana...é assim q se acaba um capitulo?
ResponderEliminarA minha vontade é de te dar uma tareia :P...tadinho do Sérgio pah...espero que ele recupere rápido...
Próximo rápido sff :*
:( Espero que o Sergio fique bem...
ResponderEliminarQuero o próximo!!
Beijinhos
Eu ofereço-me para ser a enfermeira particular do Sergio no seu periodo de convalescença. Sim, porque isto é so o menino Sergio a querer miminhos! Vai correr tudo bem, nao é menina Ana??? Claro que é... xD
ResponderEliminarVenha daí o proximo (com Sergio bem vivinho e acordado!)
Beso
Ana Santos
Fabuloso...
ResponderEliminarQuero mais... Tou super curiosa para ver o próximo...
Continua...