quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

16º Capitulo: Bichinho

(Ezequiel)
A conversa com o meu agente estava a demorar um bocadinho mais do que o previsto e a Ana estava quase a adormecer no sofá. Quando terminei a chamada, aproximei-me mais para junto dela, que se aninhou pronta para adormecer.
- É melhor ires deitar-te...
- Levas-me a casa? - a sua voz estava completamente longe.
- Não queres ficar por cá? 
- Eu ficava... mas a minha mãe não tem chaves de casa e deve estar a chegar do trabalho. 
- Então, vamos... eu levo-te. 
- Ezequiel... mais um favorzinho - ela olhou-me - antes de me pores em casa, podes passar no salão? Preciso de ir lá buscar o carregador do telemóvel. 
- Claro.
- Vamos, então? 
- Sim - levantamo-nos os dois do sofá e saímos de minha casa. Entramos no meu carro e tratei de ir até ao salão da Ana. Parei o carro mesmo à porta.
- Que é aquilo? - a Ana estava a olhar para a porta do salão e saiu do carro. Estava uma caixa junto da porta.

(Ana) 
Assim que chegámos ao meu salão vi uma caixa de cartão junto à porta. Apressei-me a sair do carro, mas ao mesmo tempo fiquei com receio do que pudesse estar lá dentro. Nisto, o Ezequiel apareceu a meu lado.
- Será que é um bebé? - perguntou ele.
- Ai credo! Isso não! Que é que fazemos? 
- Queres que abra? - e se fosse mesmo um bebé? Se há coisa que não suporto são mães e pais que abandonam os filhos...
- E se for mesmo um bebé? 
- Vamos ver - o Ezequiel começou a aproximar-se da caixa e baixou-se para a abrir.
- Então... é o que? - perguntei, ainda sem me conseguir aproximar junto dele.
- Vem ver...
- Só se não for um bebé.
- Se te digo para vires, é porque podes. 
Aproximei-me do Ezequiel, ainda que com algum receio, mas assim que vi o que estava na caixa fiquei super feliz.
- Que lindo! - era simplesmente o ser de quatro patas mais fofo que alguma vez tinha visto. Baixei-me junto dele e peguei-o ao colo - Olá bebé... quem é que foi o parvalhão que não te quis? - falei para ele, era um menino.
- Era melhor levá-lo ao veterinário. 
- Deixaram mais alguma coisa na caixa? 
- Comida. 
- Ao menos não deixaram o bichinho sem comidinha. Amanhã será que está algum veterinário aberto? 
- Penso que sim... é sábado, mas mesmo que seja só de manhã devem de estar aberto. 
- Então eu amanha levo-o. 
- E onde é que o vais deixar esta noite? 
- Fica em minha casa. Vou lá dentro buscar o carregador - passei o cachorrinho para o colo do Ezequiel, abri a porta do salão, fui buscar o que me interessava e voltei a fechar o salão - dá-mo cá - pedi ao Ezequiel que me devolvesse o cão. Ele assim o fez.
- Queres levar também o comer que está ali? É ração dentro de um saco. 
- Sim, é melhor levarmos, ele pode ter fome durante a noite. 
- Vai entrando no carro - eu assim fiz e levei o cãozinho comigo para dentro do carro do Ezequiel.

(Ezequiel)
Os olhos da Ana quando viram o cão brilharam de uma maneira que lhe era tão característica  vendo-se perfeitamente que estava apaixonada pelo bicho. Depois de ir recolher a ração que deixaram na caixa, voltei para o carro.
Ela estava a fazer festinhas, a dar-lhe beijinhos e falava-lhe qualquer coisa em sussurro.
- Não seria melhor... não sei, não te apegares tanto a ele? 
- Achas que não me deixam ficar com ele? - sabia perfeitamente que era o que ela queria. Ela queria que aquele cão fosse dela e estava a começar a apegar-se a ele.
- Não sei... - respondi-lhe sinceramente.
Ainda ficamos algum tempo no carro parados a contemplar aquela miniatura. Ele também já se estava a apegar à Ana e era a coisa mais ternurenta que alguma vez tinha visto.
A Ana acabou por me ir dando as coordenadas para chegar a casa dela e em menos de meia hora já lá estávamos  Deixei-a à porta do prédio, e ela subiu para sua casa com o animal ao seu colo.
Eu voltei para casa e, depois de estacionar o carro entrei. Apanhei um susto de morte quando cheguei à sala.

(Ana)
Depois de o Ezequiel me deixar à porta de casa, eu entrei no prédio com a miniatura ao colo e fui de elevador até ao andar de casa. Coloquei o cão no chão para verificar se ele estava bem. Ele acabou por se sentar, mas no momento em que o elevador abriu quando chegamos ao andar ele começou a andar sem que lhe dissesse alguma coisa.
Ele foi para o lado errado de onde era a porta de casa. Eu fui até à porta e comecei a pedir-lhe que viesse comigo. Ele veio, super depressa com as orelhitas a abanarem todas... era a coisa mais fofinha.
Entramos os dois em casa e eu fechei a porta. Fui até à cozinha arranjei duas caixas das mais antigas que tinha lá e numa coloquei água e noutra comida. Assim que coloquei no chão ele foi logo direito à água.
- Tadinho... será que estavas ali à muito tempo? - falei sozinha, mas fui interrompida pelo som da campainha. Era a minha mãe.
Depois de lhe abrir a porta e de lhe contar o que tinha achado, ela ficou super contente com a ideia de pudermos vir a ter um cachorro em casa.

Na manha seguinte: 
Ouvi o "meu" bichinho a chorar. Ele tinha ficado no meu quarto numa mantinha. Fui até à ponta da minha cama e ele estava apoiado nas duas patas de trás a tentar subir.
- Onde é que tu queres ir bicharoco? 
Ele começou a dar-me beijinhos e eu acabei por pegar nele ao colo e levantar-me. Tinha de o levar ao veterinário.

(Ayelen - mãe do Ezequiel) 
Acordei sobressaltada com um estrondo enorme vindo do andar debaixo da casa. Olhei para o relógio e marcava 01:45h. Fiquei assustada e acordei o meu marido.
- Que se passa? - perguntou ele.
- Aconteceu alguma coisa... veio um estrondo lá debaixo. 
- Achas que devemos ir ver? 
- É melhor - levantámo-nos os dois da cama, saímos do quarto e descemos até à sala.
O cenário não poderia ser pior que o de uma guerra, estava tudo fora dos sítios, coisas partidas e as janelas que davam acesso ao jardim abertas.
Olhei em meu redor e o que me assustou ainda mais foi o meu filho.
- Ezequiel!? - o Juan expressou por palavras e em passos apressados aquilo que eu não conseguia fazer. Estava completamente estática e só despertei para tudo aquilo quando a Floréncia e o Ignácio se agarraram a mim.

5 comentários:

  1. Aiiiiiii é que nem olá digo!
    O que aconteceu com a casa do Ezequiel? Explodiu tudo? xD Oh pah eu cá para mim foi a ex! Já se sabe como elas são! xD
    Mas e o cachorro?? Que coisa mais fofa!!!! Até eu o queria para mim!

    Fico à esperinha do próximo ;)

    Beijo
    Ana

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  2. Oh! O que é que aconteceu ao Ezequiel??
    O cão era mesmo lindo, mas agora fiquei preocupada, curiosa!
    Quero mais menina Ana!
    Beijinhos

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  3. fabuloso...

    continua... cada vez ta melhor...

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  4. BICHINHO MAIS LINDO *.*
    O QUE É QUE SE PASSOU NAQUELA CASA?!

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