quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

24º Capitulo: "... a Ana desmaiou."

Andamos a manhã toda a andar pelas vilas de Santorini. Era sem dúvida um local lindo, as pessoas eram super simpáticas e nada tinha de relacionado com Portugal ou Espanha, o que era fantástico... sitio novo, memórias novas. 
"Fartamo-nos" de andar, já começava a ficar um pouco para o cansada, quando o Ezequiel parou num género de mercearia. Tinham algumas refeições já preparadas e acabamos por escolher algo para o nosso almoço. Decidimos que em vez de voltarmos ao hotel, iríamos almoçar algo no meio da vida selvagem. Um piquenique. Ainda arranjamos uma manta no caso de não arranjarmos mesas de piquenique. 
Rapidamente encontramos uma zona com relva e algumas árvores  mas muito deserta. Não havia por ali ninguém, como também não haviam mesas. O Ezequiel esticou a manta e sentamo-nos os dois em cima dela. 
- Um piquenique em Santorini... parece-me super bem - comentei. 
- Sempre é melhor do que ir para um restaurante.
- Concordo. 
Acabamos por ter um almoço super tranquilo e relaxante. Estávamos só nós e as árvores, as ervas e os passarinhos. 
Depois de comermos o Ezequiel acabou por se deitar e eu por ir ao encontro da sua boca. 


Por mais que tentasse não me envolver de mais foi impossível  O desejo de sermos um do outro era maior do que a consciência de estarmos num sitio onde poderiam aparecer pessoas. Não chegámos aos afins, mas ficou a promessa de que todos os juros iriam ser pagos quando chegássemos ao hotel. 
Ainda andamos os dois a dar umas voltas pela vila, mas o cansaço associado ao imenso calor que se fazia sentir, fez com que voltássemos para o hotel mais depressa. 
Chegamos ao nosso quarto e o Ezequiel agarrou-me pela cintura. 
- Não é querer terminar com o teu entusiasmo, mas estás assim com tanta falta? 
- Não é falta. É mesmo necessidade do teu corpo junto do meu. 
- Até parece... - ele não me deixou terminar o raciocínio  Puxou-me para o colo dele e encostou-me contra a parede, fazendo do mim o que bem quis e o que eu também queria. Existia mesmo uma necessidade enorme de ser dele e de estar em contacto com ele.

O resto do nosso dia foi assim passado. Na cama. 

***

Os dias em Santorini tinham chegado ao fim e, se algo tinha sortido efeito neste tempo, foi para o facto de o Ezequiel deixar de ter os pesadelos, aproximarmo-nos ainda mais um do outro e esquecer tudo o resto. 
Chegamos a Lisboa eram cerca das 17:35h. 
A minha mãe esperava-nos à porta do aeroporto. 
- Mãe! - corri para ela e abrecei-a. 
- Bem... isso é que é bronze! - era verdade, os nossos dias eram passados praticamente todos ao sol e tinha conseguido um bronze bem bonito. 
- Agora à que resgressar à vida normal... tivemos de aproveitar bem. 
- Tens razão - o Ezequiel chegou-se perto da minha mãe e cumprimentou-a - prontos para voltar a casa? 
- Por muito que custe... sim. 
- Vai custar porque? - perguntou a minha mãe super baralhada. 
- Já era um habito fantástico ter alguém logo de manha na cama... - suspirei beijando o Ezequiel, sem sequer pensar no sitio onde estava. 
- Também vais ter alguém contigo... o Lucky tem dormido sempre na tua cama. 
- A serio?
- Sim. Desde que te foste embora que ele se deixou ficar por lá de noite. 
- Que querido. Vamos lá então. 
Eu e o Ezequiel pegamos nas malas e fomos até minha casa. Depois de ir a casa ver o Lucky, tomar um duche e trocar de roupa, fui com o Ezequiel para casa dele para irmos ter com a família dele. 
Assim que lá chegamos, ajudei o Ezequiel com as malas dele e entramos em casa. A sala estava super diferente, estava mais alegre e o Ezequiel esboçou um sorriso estonteante quando a viu. 
- Os teus pais esmeraram-se.
- Podes crer. Família!? - chamou ele. 
Passados alguns segundos apareceram todos eles e abraçaram o Ezequiel. Eles eram uma família super unida. 
Quando os pais dele o abraçaram, o Ignácio e a Floréncia abraçaram-me a mim. 
- Eu tenho de me por sempre se saltos quando vier ter com vocês - comentei - tu já ficas maior que eu assim, Ignácio. 
- E eu estou quase - afirmou a Floréncia. 
- Pois estás! Saem mesmo ao vosso irmão... 
- És a mais pequena da nossa família - na sua mais pura inocência, a Floréncia disse algo que me deixou completamente sem palavras. Dei-lhe simplesmente um beijo na testa e abracei-a enquanto olhava para o Ezequiel que me sorriu e piscou o olho. 

Duas semanas depois: 

Depois de uma semana alucinante no salão com a Inês e a Mariana, tinha decidido ir passar uma semana a Madrid com a minha família. Ia custar estar sem o Ezequiel. Os nossos dias eram passados com a perfeita noção de que no final de cada um deles iríamos estar ao lado um do outro. 
Ele não estava a gostar muito da ideia... 
- Podias esperar mais um tempo e depois ias - comentou ele quando eu estava a terminar a minha mala. 
- Sim, porque daqui a uma semana já cá não estás tu também não é?
- Sim. Estávamos ainda juntos esta semana e eu depois ia para estágio e tu para Madrid. 
- Não dá.
- Claro que não. O primo pede e a menina diz logo que sim. 
- A serio? O Sergio não tem nada com isto.
- Claro que não tem, se ele não te pedisse para ires tu ias? 
- Talvez não fosse a semana toda, mas ia sim. Mas qual é o teu problema com o Sergio? 
- Nenhum... nenhum. Aproveita a semana - ele levantou-se da minha cama, veio até junto de mim, deu-me um beijo na testa e saiu. 
A serio!? Assim!? Iamos ficar assim? Eu não entendo, juro que não entendo qual é o problema no meio disto tudo, ele sabia que a minha família está em Espanha também, afinal foi lá que nos conhecemos. Está a fazer uma tempestade no copo d'água. 
Despedi-me da minha mãe e rumei ao aeroporto. 

***

Finalmente em terras espanholas, a viagem tinha-me deixado super mal disposta e cheia de dores de cabeça e barriga. E a conversa com o Ezequiel antes de ter saído de Portugal não tinha ajudado em nada. 
Quando cheguei à porta do aeroporto, o meu pai esperava-me. 
- Boa noite, Ana.
- Boa noite, Roberto - não o tratava por pai, não porque o não reconhecesse como meu pai, mas porque não o tinha sido até agora. 
- Deixa-me ajudar-te com as malas - ele pegou numa delas e começamos a caminhar - vamos jantar a casa do Sergio, pode ser? 
- Claro. 
- Estão cá os teus tios, a tua prima, o marido e a filha.
- Boa. Já tenho saudades deles. 
A viagem até casa do Sergio foi envolta numa conversa bastante simpática até, o Roberto estava interessado em saber como iam as coisas com o salão, em como estava a minha mãe e como estava a minha relação com o Ezequiel. 
Depressa chegamos a casa do Sergio e assim que toquei à campainha a porta abriu-se de imediato. 
- Pequeña! 
- Sergio! - abracei-o de imediato, mas deu-me vontade de chorar... relembrei-me da conversa com o Ezequiel. Acabei por conseguir travar aquelas lágrimas que queria saltar cá para fora e acabei por ir cumprimentar todos. Estavam os meus tios, a minha prima, o marido e a Carolina, a filha deles e sobrinha do Sergio. Estava também a Mariza, super bonita e com um anel de noivado no dedo. Fiquei super feliz por eles. 
Ficamos todos na sala à conversa quando fui atacada por uma enorme sede. 
- Vou até à cozinha, preciso de água. Com licença. 
Fui até à cozinha, mas mesmo antes de conseguir chegar ao frigorífico em busca de água comecei a ver andar tudo à roda. 

(Sergio)
A Ana estava esquisita desde que chegou. Queria estar presente, mas percebia que a cabeça dela andava a mil. Quando ela foi à cozinha para ir buscar água pensei em ir atrás dela, mas a minha sobinha acabou por me impedir, ao sentar-se ao meu colo. 
Passaram cerca de 10 minutos e a Ana não tinha aparecido. 
- A Ana foi só buscar água? - perguntei à Mariza. 
- Sim... foi o que ela disse, mas secalhar ainda foi a outro lado. 
- Vou ver dela - levantei-me do sofá e fui até à cozinha. 
Olhei e ela não estava lá. Acabei por baixar o olhar e ver o seu pé junto da bancada. Corri até ela e baixei-me junta da sua cabeça.
- Ana!? - chamei-a, mas não obtive nenhum tipo de resposta. A respiração e o pulso dela estavam muito fracos e ela estava a ficar muito branca. Voltei a correr à sala - chamem uma ambulância, a Ana desmaiou. 
- O que? - o Roberto veio a correr até à cozinha e ficou muito próximo da Ana - temos de a levar já para o hospital Sergio, não podemos esperar pela ambulância. 
- Traga-a, levamo-la no meu carro. 
O Roberto pegou na Ana ao colo e levou-a para o meu carro. Entramos os dois nele e conduzi para o hospital mais próximo. A Ana continuava sem acordar e estava a ficar cada vez mais preocupado com ela. 
Quando chegamos ao hospital, eu levei-a para as urgências. Veio logo uma enfermeira ter connosco, perguntou-nos o que se passava e chamou os auxiliares para trazerem uma maca e levarem a Ana para observação. 
O Roberto ficou a preencher os dados dela, enquanto eu recebi-a a familia toda e lhes explicava o que sabia... que era quase nada. 
Passou cerca de duas horas e os médicos não nos diziam nada.
- Será que é algo de muito grave? - perguntou a minha mãe.
- Eu não faço ideia, mas já podiam dizer alguma coisa - comecei a desesperar. Levantei-me da cadeira da sala de espera e comecei a caminhar para a zona onde os médicos tinham levado a Ana, quando sai de lá um médico - doutor! Sabe alguma coisa da Ana? 
- Ana Ramos? 
- Sim. 
- É da família? 
- Primo. Mas está ali o pai dela. 
- Venha comigo. 
Caminhei com o médico até junto da minha família. 
- Doutor o que se passa com a minha filha? 
O médico fez silêncio, enquanto olhava para a ficha da Ana. 
Aquela espera deu cabo de mim e o pai dela estava a ficar com lágrimas nos olhos. 

4 comentários:

  1. Ai, ai, dona Ana!! Mas isto é assim que se termina um capítulo?? Toca a postar já o próximo se faz favor! Eu estou aqui a tentar controlar-me de curiosidade!!
    E agora?? O que é que lhe vai acontecer?? E o Ezequiel? Eles têm de o avisar! Vês o que me fazes Ana??
    lol
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  2. Ahhh!
    Isto não se acaba assim! Preciso de saber mais!
    O próximo rápido por favor!
    Se bem que tenho algumas suspeitas!
    Bjokinhas
    Mariaa

    ResponderEliminar
  3. "Não chegámos aos afins, mas ficou a promessa de que todos os juros iriam ser pagos quando chegássemos ao hotel." Simplesmente, amei esta frase! Mt bem konstruida e poética! Na minha opinião foi a melhor frase k já eskreveste nesta fanfic!
    (P.S. OMG!!! ANEL DE NOIVADO?! JASUS, que me deu uma coisa má!)
    Beijinhs, Olivi <3

    ResponderEliminar