(Ana)
Bip... bip... bip.
Aquele barulho estava-me a irritar. Mas... onde é que eu estava? Abri os olhos. Aquele cheiro, aquelas máquinas, os tubos que tinha ligados à veia... eu estava no hospital. A última coisa de que me lembrava era de ter ido buscar água à cozinha.
- Como te sentes? - uma senhora de bata verde veio ter comigo e começou a olhar para todas as máquinas.
- Confusa... o que se passou?
- Deste entrada no hospital inconsciente. Fizemos-te uns testes e estás a soro.
- Mas é algo de grave?
- Vou chamar o médico que está a seguir-te. Ele explica-te.
A senhora enfermeira saiu e a minha cabeça começou a andar num turbilhão. Teria alguma coisa de grave? Poderia ser alguma coisa com a cabeça? Um tumor? Fiquei com medo e desatei a chorar. Não sei ao certo quanto tempo estive com aquele pensamento na cabeça, mas limpei as lágrimas quando o médico e a enfermeira voltaram a entrar no quarto.
- Como te sentes Ana? - perguntou-me o médico.
- Confusa... o que se passa doutor? É muito grave?
- Grave!? Depende de como seguir daqui para a frente.
- Como assim?
O médico colocou-se a meu lado, sentando-se na cadeira.
- Tu chegas-te inconsciente às urgências do hospital, o teu primo contou-nos o que se tinha passado e começamos de imediato a fazer exames.
- E já têm algum diagnóstico?
- O diagnóstico... concluímos que tiveste uma quebra de tenção.
- Só isso!?
- Não.
- Eu sabia! Diga-me o que é que eu tenho doutor. Tem cura?
- Ana... não é nada dessa paranóias que deves estar a pensar.
- Como sabe no que estou a pensar?
- Perguntaste-me se tinha cura, ou pensas que é cancro, um tumor ou algo do género.
- E não é?
- Não. É algo com que tens de ter cuidado, mas não é uma doença. Estas embarazada.
- Hã!?
- Sim. Estás grávida. São três semanas, por isso tens de ter algum cuidado... - o médico começou a falar, mas eu comecei a não ouvir.
Eu estou grávida!? Como!? Eu sei como... mas... GRÁVIDA!? De três semanas... Santorini. Ezequiel, claro, ele é único na minha vida, é claro que é ele o pai, sua burra! Burra!? A minha cabeça estava às rodas. Encostei-a na almofada e fechei os olhos.
- Sentes-te bem Ana? - perguntou o médico.
- Sim. O Sergio?
- Está lá fora.
- Pode chamá-lo?
- Claro.
O médico saiu do quarto, assim como a enfermeira.
Em pouco menos de 2 minutos o Sergio entrou no quarto.
- Pequeña! - ele veio ter comigo e ocupou o lugar que antes era do médico.
- Sergio...
- Parabéns?
- Obrigada?
- Que se passa?
- Eu não sei... eu estou grávida, vim de Portugal chateada com o Ezequiel...
- Então é por isso que ele não atende o telemóvel.
- Hã?
- Tenho estado a tentar ligar para ele, mas não atende.
- Não tentes mais - expliquei ao Sergio o que se tinha passado em Portugal. Mas foi impossível receber algum tipo de comentário da parte dele, uma vez que entraram logo no meu quarto a minha tia, a Mariza e o Roberto.
- Querida - a minha tia chegou-se perto de mim e deu-me um beijo na testa - estamos aqui para receber esse feijãozinho - foi aqui! Aqui percebi. A minha tia fez o que, nem o Sergio, nem os médicos tinham conseguido provocar em mim. Olhei de imediato para a zona da minha barriga e, por baixo do lençol, coloquei as minhas mãos sobre elas. Eu estou grávida, tenho o meu feijãozinho, eu vou ser mãe.
Olhei em meu redor. Tinha a minha tia do lado direito, o Sergio e a Mariza do esquerdo e o Roberto estava ligeiramente atrás da minha tia.
- Avisam a minha mãe?
- Ela já sabe. Amanhã vem ter connosco - o Roberto falou e aproximou-se mais da minha cama - como te sentes filha?
- Com vocês aqui estou bem... pai - não sei se foi do momento, mas pela primeira vez em alguns anos chamei o meu pai de...pai.
Ficamos por ali até que o médico informou que teriam de sair. Eu, por outro lado, teria de permanecer no hospital até ao outro dia. Contudo, o meu pai acabou por ficar a passar a noite comigo. Podia ter um acompanhante no quarto.
- Ana... eu sei que nunca me irás perdoar pelo que fiz à tua mãe...e pelo que te fiz a ti, mas eu gostava muito que pudéssemos tentar ter uma relação de pai e filha.
- Acredite que eu também - bocejei - desculpe.
- Dorme. Precisas de descansar...e o meu neto também.
Sorri com as palavras do meu pai. Ele levantou-se, deu-me um beijo na testa e voltou para o seu aposento desta noite.
Eu virei-me para o outro lado, passei com a minha mão na barriga, sorri mas uma lágrima teimosa escorreu-me pela face. O Ezequiel...
Na manhã seguinte:
Acordei com o toque de alguém na minha face. Inconscientemente sabia que não era o toque dele. Não era a sua pele que estava em contacto com a minha. Abri os olhos e vi a minha mãe.
- Mae! - agarrei na mão dela.
- Desculpa ter-vos acordado.
- Pai? - olhei para ele e estava a dormir.
- Estava a referir-me ao meu neto.
- Ah...eu sei que não querias ser avó nos próximos meses - comecei a chorar desesperadamente - eu também não sei se quero ser mãe, não sei se quero ser mãe sem ter o pai deste bebé comigo. O Ezequiel não atende o telemóvel a ninguém. Nós tivemos uma conversa menos agradável antes de vir para aqui.
- Ei... tem calma. De certeza que quando mesmo antes de voltares a Lisboa ele te diz alguma coisa.
- Duvido mãe, ele é casmurro - sorri ao afirmar aquilo.
- Mas vocês vão resolver tudo. Ele é boa pessoa - falou o meu pai.
O ambiente no quarto ficou estranho.
- Rosa.
- Roberto.
Eles ficaram os dois a olhar um para o outro, ambos com um brilho no olhar...como eu nunca tinha visto no olhar da minha mãe.
- Podem ir até lá fora falar se precisarem.
- Vamos? - perguntou o meu pai à minha mãe.
- S-sim.
Eles saíram os dois do quarto e eu fiquei perdida na minha barriga. Daqui a algumas, muitas, semanas teria um bebé nos braços, o resultado de um momento de puro amor, o resultado do meu amor pelo Ezequiel, aquilo que eu mais desejava.
Estive, sem saber ao certo, algum tempo a olhar para o feijãzinho, quando fui interrompida pelo bater à porta.
- Entre.
A porta abriu-se e a pessoa que estava do outro lado entrou. Fui apanhada completamente desprevenida, fiquei super em choque e sem saber ao certo o que fazer. Como é que era possível estar aqui? Mas o mundo quer que eu morra de surpresa?
(Ezequiel)
Já tinha recebido mais de 25 chamadas desde que a Ana, possivelmente, tinha chegado a Espanha. Era o primo dela, a mãe, ela própria.
Questionei-me que algo pudesse ter acontecido, mas mesmo assim não atendi. Se há coisa que eu mais queria era, antes de ir para estágio, estar com a Ana. E ela vai-se. Vai ter com o primo em vez de ficar comigo.
Posso estar a ser egoísta mas que mal tem em querer passar o máximo de tempo possível com a mulher que amo?
outro, rapidamente :ooooo
ResponderEliminarquero saber como corre a conversa deles *o*
está fantástico ((:
beijinhos, Débora *
OHHHHHHHHHH, adorei a última pergunta do Eze!
ResponderEliminarCONTINUA, SE FAZ FAVOR! RAPIDINHO!!!
<3
Opah, adorei como sempre :D
ResponderEliminarLindooo *-* xx
Pleaseee mais,vou morrer de curiosidade!TGa lindo <3
ResponderEliminarfabuloso...
ResponderEliminarquero mais... tou super curiosa para ver o proximo...
continua... cada vez ta melhor...
Fantástico!
ResponderEliminarMais pf!
Ana
Não acredito que paras-te logo aqui!Estes 2 que se entendam
ResponderEliminarEspero p mais
Beijos
Adorei!
ResponderEliminarMas fiquei a querer mais
Amanha estou aqui pra ler!
Beijo
Ai outro pffff!!!
ResponderEliminarRapido,rapido!
É que nem posso ver o Garay agora na Tv que me lembro e quero ler mais!
poe outro capitulo rápido, pq vou morrer de curiosidade
ResponderEliminarOh meu otário vai para Madrid JA!
ResponderEliminarDesculpa Ana, mas entusiasmei-me xD Sabes hoje é o ultimo dia de ferias, que passei a escrever e agora tinha de fazer os tpc de fq, mas...isto e muito mais tentador! Embarazada... Ai ai ai!!! No me gusta, me encanta!
Agora peço-te amanha um novo cap! Please please please!
Besito
Ana Santos
Só espero que seja o pai do filho dela... era fofinho que o Garay aparecer lá lool
ResponderEliminarbjs
Mari
Olá!
ResponderEliminarAMEI!!!!!!!!!!
Quero mais!:P
Beijinhos
Rita
Adorei!!
ResponderEliminarVou ler o próximo! he he he
Bjs