quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

25º Capitulo: "Tem cura?"

(Ana)
Bip... bip... bip. 
Aquele barulho estava-me a irritar. Mas... onde é que eu estava? Abri os olhos. Aquele cheiro, aquelas máquinas, os tubos que tinha ligados à veia... eu estava no hospital. A última coisa de que me lembrava era de ter ido buscar água à cozinha. 
- Como te sentes? - uma senhora de bata verde veio ter comigo e começou a olhar para todas as máquinas. 
- Confusa... o que se passou? 
- Deste entrada no hospital inconsciente. Fizemos-te uns testes e estás a soro. 
- Mas é algo de grave? 
- Vou chamar o médico que está a seguir-te. Ele explica-te. 
A senhora enfermeira saiu e a minha cabeça começou a andar num turbilhão. Teria alguma coisa de grave? Poderia ser alguma coisa com a cabeça? Um tumor? Fiquei com medo e desatei a chorar. Não sei ao certo quanto tempo estive com aquele pensamento na cabeça, mas limpei as lágrimas quando o médico e a enfermeira voltaram a entrar no quarto. 
- Como te sentes Ana? - perguntou-me o médico. 
- Confusa... o que se passa doutor? É muito grave? 
- Grave!? Depende de como seguir daqui para a frente. 
- Como assim? 
O médico colocou-se a meu lado, sentando-se na cadeira. 
- Tu chegas-te inconsciente às urgências do hospital, o teu primo contou-nos o que se tinha passado e começamos de imediato a fazer exames. 
- E já têm algum diagnóstico? 
- O diagnóstico... concluímos que tiveste uma quebra de tenção. 
- Só isso!? 
- Não.
- Eu sabia! Diga-me o que é que eu tenho doutor. Tem cura? 
- Ana... não é nada dessa paranóias que deves estar a pensar. 
- Como sabe no que estou a pensar? 
- Perguntaste-me se tinha cura, ou pensas que é cancro, um tumor ou algo do género. 
- E não é? 
- Não. É algo com que tens de ter cuidado, mas não é uma doença. Estas embarazada.
- Hã!? 
- Sim. Estás grávida. São três semanas, por isso tens de ter algum cuidado... - o médico começou a falar, mas eu comecei a não ouvir. 
Eu estou grávida!? Como!? Eu sei como... mas... GRÁVIDA!? De três semanas... Santorini. Ezequiel, claro, ele é único na minha vida, é claro que é ele o pai, sua burra! Burra!? A minha cabeça estava às rodas. Encostei-a na almofada e fechei os olhos. 
- Sentes-te bem Ana? - perguntou o médico. 
- Sim. O Sergio? 
- Está lá fora. 
- Pode chamá-lo? 
- Claro. 
O médico saiu do quarto, assim como a enfermeira. 
Em pouco menos de 2 minutos o Sergio entrou no quarto. 
- Pequeña! - ele veio ter comigo e ocupou o lugar que antes era do médico. 
- Sergio...
- Parabéns? 
- Obrigada?
- Que se passa? 
- Eu não sei... eu estou grávida, vim de Portugal chateada com o Ezequiel...
- Então é por isso que ele não atende o telemóvel. 
- Hã? 
- Tenho estado a tentar ligar para ele, mas não atende. 
- Não tentes mais - expliquei ao Sergio o que se tinha passado em Portugal. Mas foi impossível receber algum tipo de comentário da parte dele, uma vez que entraram logo no meu quarto a minha tia, a Mariza e o Roberto. 
- Querida - a minha tia chegou-se perto de mim e deu-me um beijo na testa - estamos aqui para receber esse feijãozinho - foi aqui! Aqui percebi. A minha tia fez o que, nem o Sergio, nem os médicos tinham conseguido provocar em mim. Olhei de imediato para a zona da minha barriga e, por baixo do lençol, coloquei as minhas mãos sobre elas. Eu estou grávida, tenho o meu feijãozinho, eu vou ser mãe. 
Olhei em meu redor. Tinha a minha tia do lado direito, o Sergio e a Mariza do esquerdo e o Roberto estava ligeiramente atrás da minha tia. 
- Avisam a minha mãe? 
- Ela já sabe. Amanhã vem ter connosco - o Roberto falou e aproximou-se mais da minha cama - como te sentes filha? 
- Com vocês aqui estou bem... pai - não sei se foi do momento, mas pela primeira vez em alguns anos chamei o meu pai de...pai. 
Ficamos por ali até que o médico informou que teriam de sair. Eu, por outro lado, teria de permanecer no hospital até ao outro dia. Contudo, o meu pai acabou por ficar a passar a noite comigo. Podia ter um acompanhante no quarto. 
- Ana... eu sei que nunca me irás perdoar pelo que fiz à tua mãe...e pelo que te fiz a ti, mas eu gostava muito que pudéssemos tentar ter uma relação de pai e filha. 
- Acredite que eu também - bocejei - desculpe. 
- Dorme. Precisas de descansar...e o meu neto também. 
Sorri com as palavras do meu pai. Ele levantou-se, deu-me um beijo na testa e voltou para o seu aposento desta noite. 
Eu virei-me para o outro lado, passei com a minha mão na barriga, sorri mas uma lágrima teimosa escorreu-me pela face. O Ezequiel...

Na manhã seguinte: 
Acordei com o toque de alguém na minha face. Inconscientemente sabia que não era o toque dele. Não era a sua pele que estava em contacto com a minha. Abri os olhos e vi a minha mãe.
- Mae! - agarrei na mão dela. 
- Desculpa ter-vos acordado. 
- Pai? - olhei para ele e estava a dormir.
- Estava a referir-me ao meu neto. 
- Ah...eu sei que não querias ser avó nos próximos meses - comecei a chorar desesperadamente - eu também não sei se quero ser mãe, não sei se quero ser mãe sem ter o pai deste bebé comigo. O Ezequiel não atende o telemóvel a ninguém. Nós tivemos uma conversa menos agradável antes de vir para aqui.
- Ei... tem calma. De certeza que quando mesmo antes de voltares a Lisboa ele te diz alguma coisa. 
- Duvido mãe, ele é casmurro - sorri ao afirmar aquilo. 
- Mas vocês vão resolver tudo. Ele é boa pessoa - falou o meu pai. 
O ambiente no quarto ficou estranho. 
- Rosa.
- Roberto. 
Eles ficaram os dois a olhar um para o outro, ambos com um brilho no olhar...como eu nunca tinha visto no olhar da minha mãe.
- Podem ir até lá fora falar se precisarem. 
- Vamos? - perguntou o meu pai à minha mãe. 
- S-sim. 
Eles saíram os dois do quarto e eu fiquei perdida na minha barriga. Daqui a algumas, muitas, semanas teria um bebé nos braços, o resultado de um momento de puro amor, o resultado do meu amor pelo Ezequiel, aquilo que eu mais desejava. 
Estive, sem saber ao certo, algum tempo a olhar para o feijãzinho, quando fui interrompida pelo bater à porta. 
- Entre. 
A porta abriu-se e a pessoa que estava do outro lado entrou. Fui apanhada completamente desprevenida, fiquei super em choque e sem saber ao certo o que fazer. Como é que era possível estar aqui? Mas o mundo quer que eu morra de surpresa? 

(Ezequiel) 
Já tinha recebido mais de 25 chamadas desde que a Ana, possivelmente, tinha chegado a Espanha. Era o primo dela, a mãe, ela própria. 
Questionei-me que algo pudesse ter acontecido, mas mesmo assim não atendi. Se há coisa que eu mais queria era, antes de ir para estágio, estar com a Ana. E ela vai-se. Vai ter com o primo em vez de ficar comigo. 
Posso estar a ser egoísta  mas que mal tem em querer passar o máximo de tempo possível com a mulher que amo? 

14 comentários:

  1. outro, rapidamente :ooooo
    quero saber como corre a conversa deles *o*
    está fantástico ((:
    beijinhos, Débora *

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  2. OHHHHHHHHHH, adorei a última pergunta do Eze!
    CONTINUA, SE FAZ FAVOR! RAPIDINHO!!!
    <3

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  3. Opah, adorei como sempre :D
    Lindooo *-* xx

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  4. Pleaseee mais,vou morrer de curiosidade!TGa lindo <3

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  5. fabuloso...

    quero mais... tou super curiosa para ver o proximo...

    continua... cada vez ta melhor...

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  6. Não acredito que paras-te logo aqui!Estes 2 que se entendam
    Espero p mais

    Beijos

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  7. Adorei!
    Mas fiquei a querer mais

    Amanha estou aqui pra ler!
    Beijo

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  8. Ai outro pffff!!!
    Rapido,rapido!
    É que nem posso ver o Garay agora na Tv que me lembro e quero ler mais!

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  9. poe outro capitulo rápido, pq vou morrer de curiosidade

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  10. Oh meu otário vai para Madrid JA!

    Desculpa Ana, mas entusiasmei-me xD Sabes hoje é o ultimo dia de ferias, que passei a escrever e agora tinha de fazer os tpc de fq, mas...isto e muito mais tentador! Embarazada... Ai ai ai!!! No me gusta, me encanta!
    Agora peço-te amanha um novo cap! Please please please!

    Besito
    Ana Santos

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  11. Só espero que seja o pai do filho dela... era fofinho que o Garay aparecer lá lool

    bjs

    Mari

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  12. Olá!
    AMEI!!!!!!!!!!
    Quero mais!:P
    Beijinhos
    Rita

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  13. Adorei!!
    Vou ler o próximo! he he he
    Bjs

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