quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

26º Capitulo: "...era uma pessoa mais feliz."

(Ana) 

- Como é que sabes das coisas e tens a coragem de aparecer assim do nada? - a pergunta era mais... como é que tu sabias que eu estava no hospital? Poderia esperar ver ali o plantel do Real, alguns amigos do meu primo, tios, primos...o pai do bebé, mas não. Nada disso, alguém lá em cima decide surpreender-me cada vez mais, decide que não deva receber as pessoas certas, decide que eu deva estar no mesmo quarto de hospital que ela, decide colocar à minha frente a Tamara. 
- Desta vez soube das coisas através da irmã do Sergio...trabalhamos juntas e tenho coragem porque...quero tentar conviver com vocês sem conflitos. 
- E do assalto, como soubeste? 
- A Ayelen contou-me...
- E nós a pensar...
- Que eu tinha feito aquilo - ela aproximou-se e sentou-se na cadeira a meu lado. 
- Como é que...
- É natural que o tenham pensado, mas eu era incapaz de fazer uma coisa daquelas ao homem...ao Ezequiel. 
Ficamos as duas em silêncio a olharmo-nos. 
- Desculpa ter pensado o que pensei...ao mesmo tempo acreditava que serias incapaz de tal atrocidade...amando o Ezequiel como amas. 
- Desculpa-me também por ter causado algum desconforto...estou a fazer de tudo para seguir a minha vida, assim como deixar-vos seguir a vossa. 
- Pomos uma pedra sobre o assunto? 
- Claro - ela sorriu-me e eu retribui-lhe o sorriso. Afinal...ela era uma pessoa simpática - então e onde anda o pai do pequeno? 
- Em Lisboa. 
- Está a vir? 
- Não...nem deve vir. 
- Como não vem? Desculpa...se não quiseres falar estás à vontade. 
- Antes de vir para cá...tivemos uma conversa menos agradável e desde aí que não atende aos telefonemas de ninguém...de cá. 
- A sério? Mas foi assim tão grave a conversa? 
- Não...foi mesmo por vir para cá ter com o meu primo. 
- Ciúme portanto.
- Do meu primo...
- Bem...espero é que esse neño não seja como o pai.
- Menino? 
- Sim. Va ser un neño.
- Ainda temos de esperar algum tempo para saber das tuas suspeitas. 
- Estás de quanto tempo? 
- Três semanas. 
- Vocês vão ser muito felizes...os três. 
- Obrigada Tamara. Podemos contar contigo ao nosso lado? 
- Sí. Pero...se o Ezequiel não meter os pés em Madrid enquanto aqui estiveres ainda vamos ter o caldo entornado. 
- Ele não vem...casmurro como é...
- Pode ser que o tenhas mudado. 
- Acredita que continua na mesma. 
- Então é complicado mesmo. 
- É pois...
Ficamos as duas a ter uma conversa super animada. A Tamara é uma excelente pessoa, super divertida, com alguns comentários assim saídos muito despropositados mas que me animaram nesta manhã. 
Fomos interrompidas pela entrada dos meus pais no quarto. Vinham os dois alegres. 
- Desculpa...não sabíamos que estavas acompanhada - começou a minha mãe. 
- Não tem mal... pais, é a Tamara, a ex-...
- Amiga da Ana. Muito gosto - ela dirigiu-se aos meus pais e cumprimentou-os - bom, agora vou ter de ir...vou trabalhar. Ana tens o meu número...se precisares de alguma coisa diz. Abrazos. 
- Obrigada Tamara. 
- De nada - ela veio ter comigo e deu-me dois beijinhos - se o casmurro disser alguma coisa, diz-lhe que eu disse para ele vir conhecer o filho. 
- Obrigada. 
Ela despediu-se dos meus pais e saiu do quarto. 
- É muito simpática a tua amiga, Ana - comentou a minha mãe. 
- É sim mãe, é sim...mas e vocês!? Que tanto conversaram? 
- Nada que te diga respeito...
- Estão a gozar com a minha cara, certo? Estão mais de 1h a falar lá fora e não dão informações à vossa filha? 
- Podemos dizer que...vamos tentar ser uma família - afirmou o meu pai. 
- Uma família? 
- Vou ser teu pai a 100%, estar próximo da tua mãe, abrir uma sucursal da empresa em Portugal, conhecer o meu genro e esperar pelo meu neto. 
- Estão a falar a sério? 
- Muito a sério, filha - respondeu-me a minha mãe. 
Iria ter o meu pai em Portugal!? Iria ele ser meu pai...o pai que nunca foi e que, pelos vistos quer ser!? As lágrimas vieram-me aos olhos...era uma pessoa mais feliz. Só não o era mais por falta da minha pessoa. Os meus pais abraçaram-me e garantiram-me que iria correr tudo bem daqui para a frente. 

Nessa tarde: 
Depois de almoço tive alta do hospital e regressei a casa...do Sergio. 
Pedi ao meu pai que assim fosse, ele percebeu a minha explicação e acedeu ao meu pedido. 
Precisava de estar junto do Sergio, da Mariza, dos meus tios, também do meu pai e da minha mãe, assim seria mais fácil suportar os dias que teria de ficar por Madrid...sem resposta do Ezequiel.
Estávamos todos na sala de estar. Eu, os meus pais, os meus tios e os meus primos. 
- Precisas de alguma coisa, Ana? - perguntou-me a minha tia. 
- Não titi...obrigada - precisar até preciso, mas é algo impossível de conseguir para daqui a dois minutos...nem daqui a dois dias quanto mais. Surpreende-me o facto de o Ezequiel não ser capaz de atender às chamadas...é como se tivesse desligado de Madrid...desligado de mim. Eu, ao contrário, estava mais ligada a ele que nunca...o filho dele estava dentro de mim...a crescer e a tentar ser forte mas sem o pai por perto é complicado - importam-se que vá até lá fora um pouco? - perguntei-lhes. 
- Não preferes descansar? - interrogou-me a minha mãe. 
- Preciso...de apanhar ar. Não se preocupem. Com licença - levantei-me do sofá e fui até ao exterior da casa...estava como quando tinha estado ali com o Ezequiel...a piscina, as espreguiçadeiras...estava tudo na mesma. 
Sentei-me numa cadeira debaixo do toldo e peguei no meu telemóvel com o intuito de ligar para ele. Digitei o seu número e marquei o verde.
Chamou...chamou...chamou e ele não atendeu. Foi parar à caixa de mensagem.
- Não entendo como é que consegues ser teimoso...juro que não entendo. Ciúmes do meu primo Ezequiel? Não te percebo...conheceste-me sabendo da minha relação com ele...sabes que ele é como irmão para mim. Magoas-me ao seres dessa maneira...magoas-nos...e muito. Não te esqueças do que estás a fazer neste momento - acabei de lhe deixar a mensagem já com as lágrimas a escorrerem-me pela face...foi então que senti uma mão sobre o meu ombro. Tentei limpar a cara, mas o Sergio impediu-me que o fizesse e sentou-se à minha frente para de seguida me abraçar. 
- Estou aqui...para ser o irmão que precisas que seja. Mas promete-me que não vais ficar assim muito tempo, pequeña, não é bom para ti...nem para o bebé. 
- Sergio...eu preciso dele. 
- Sei que sim Ana...o que é que eu te posso dizer neste momento? 
- Ninguém consegue dizer nada...
- Chora... - chorei...chorei que nem uma Madalena...chorei ao colo do meu primo. 

(Ezequiel) 
Depois de uma  montanha de chamadas do primo, da mãe e da própria Ana, quando ela me deixou aquela mensagem nunca mais houve nada...nunca mais houve uma mensagem ou um telefonema. Sei que sou teimoso, mas ela também o foi. 
Passou uma semana e estava na altura de ir para estágio. 

(Ana) 
A semana com a minha família em Madrid acabou por se tornar menos má quando decidi, por imposição da Mariza e do Sergio, esquecer tudo e divertir-me. Andei às compras com a minha prima Mariza, comi um monte de gelados deliciosos e tentei esquecer, de alguma maneira, a existência do Ezequiel. 
Regressei a Portugal no dia do embarque da equipa do Benfica para o estágio...o medo de o encontrar era avassalador. Estava imensa gente no aeroporto, mas mesmo assim o meu olhar procurou-o e encontrou-o...e...mais valia não o ter feito. 

(Ezequiel) 
Estávamos todos prontos para embarcar...namoradas, mulheres...todas elas se despediam dos seus conjugues e eu...lembrava-me dela. 
- Mete-me outra cara por favor - disse-me a Romanela, a noiva do Saviola.
- Custa...
- Custa mais ver-te a ser teimoso e a não lhe ligares. 
- Eu sei que estou a agir mal...mas é assim que eu estou. 
- És tão teimoso - ela veio mais junto de mim e abraçou-me. 
Reconfortou-me por alguns segundos...mas depressa voltei à realidade quando nos chamaram para embarcar.
- Obrigado por tudo Romi. 
- Não tens de agradecer.
Fomos para o avião e fiquei com o Saviola ao lado. Ele era o que mais me dava nas orelhas por estar a ser assim com a Ana...era ele e a Romi que me "aturavam" quando precisava de desabafar. Eu juro que queria responder à Ana...eu amo-a e preciso dela...mas sou teimoso...e casmurro, confesso. 

10 comentários:

  1. Oh Gray, és um teimoso do caneco :p
    Amei o capitulo... acho q a Ana e a Tamara vão se tornar amigas

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  2. Opa... se tivesse lido isto ontem tinha-lhe espetado um par de estalos... lá guapo o homem estava mas já está a irritar-me com tal atitude e olha que uma Mendes irritada... é melhor que fogem da frente LOOOOOL

    Agora quero o próximo... estou curiosa para saber quando é que estes dois atinam :P

    Bjs

    Mari

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  3. EPA! JÁ NÃO POSSO C/ ESTE GARAY! APETECE-ME ESPANCÁ-LO!
    O que vale é que a Ana tem uma família espectacular =D
    ANSIOSA PELO PROXIMO! <3

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  4. Olá :D
    Adorei mais uma vez!
    Aguardo o próximo :p
    Beijinhos
    Ritááá xD

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  5. Tu não vais meter uma gravida com ciumes pois não?!
    Já lhe basta o homem ser um casmurro do pior!
    Preciso do proximo e acima de tudo que eles se entendam!

    Bjokinhas
    Mariaa

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  6. concordo com a Maria em tudo :b
    o próximo rapidinho , please *o*

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  7. Olá!
    Olha, primeira adorei que a Tamara e a Ana resolvessem conflitos e criassem uma amizade, mas tenho de confessar que os meus olhos andavam sempre mais para a frente do que as linhas que eu estava a ler. É irrefletido! O meu subconsciente procurava por uma conversa entre a Ana e o Ezequiel que nao existiu! Ai que nervooos!!! Olha quero o proximo e nao é em breve, é JA! xD

    Beijo
    Ana

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  8. Olá!
    Ai este Garay é cá um cabeça dura,fogo!lool
    Tu escreve-me o próximo e tal como a Ana disse já!:P
    Fico à espera de mais ;)
    Beijinhos
    Rita

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  9. Teimoso e casmurro é pouco!! Ele é um otário!!
    Que raio! Isto termina assim?? Mas eu quero saber mais coisas...
    Toca a escrever dona Ana! Ah e adorei!
    Beijinhos

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